Revendo Brasil e Peru, 1970.
Tudo era bonito ali. Os uniformes, as placas vintage dos anunciantes, a bola.
Do jogo nem se fala.
E o Peru tinha um timaço com Cubillas e Chumpitaz, mas o Brasil poderia ter feito sete ou oito sem susto, tamanha a quantidade de gols perdidos.
Não é difícil entender o encanto pela Seleção de 1970. Antes, havíamos ganho em 1958 e 1962 com dois super times espetaculares, mais os destaques de Pelé e Didi na Suécia, assim como Garrincha no Chile. No México, não: lá era o time, era uma conjunção.
Ninguém é louco de não reconhecer o lugar de Pelé no topo, mas o Brasil era coletividade o tempo todo. E a beleza daquele coletivo, associada aos enormes talentos individuais, resultou num time do sonhos que até hoje tentamos repetir, sem sucesso, mesmo tendo vencido mais outros dois Mundiais. Daquele jeito que foi a campanha de 1970, nunca mais.
Ironicamente Didi, o monstro dos monstros, ficou à beira do campo nos 4 a 2; afinal, era o treinador peruano. Espectador privilegiado, ele viu seus sucessores comerem a bola.
Eu era pequeno, mal tinha dois aninhos e só fui ver o álbum de figurinhas do meu pai em 1973 ou 74, mas toda aquela atmosfera me soa muito familiar.
Era o Brasil, era a vitória de ponta a ponta.
Que timaço!
@pauloandel