Sobre a Seleção (por Paulo-Roberto Andel)

Pensando bem, são muitos os motivos que explicam a queda de padrão do futebol brasileiro, e que naturalmente desaguam nos caminhos da Seleção. Muitos, muitos. Passam por dirigentes escroques e tenebrosas transações. E dão um livro grosso.

Contudo, o maior deles se repete inclusive noutros esportes, mas foi uma espécie de guilhotina cortando a excelência que, um dia, já povoou nossos gramados: o desprezo que o talento passou a receber em troca da atenção absoluta da parte físico-tática.

Em pouquíssimo tempo, o futebol no Brasil virou uma verdadeira febre. Quando o Brasil conquistou sua primeira grande colocação, o terceiro lugar na Copa de 1938, já tínhamos super craques como Domingos da Guia, Leônidas, Romeu Pelicciari e outros. Vinte anos depois, encantamos o mundo com Pelé e Garrincha. Dali, até 2006, com grandes colocações e quase sempre entre os cinco maiores do mundo, sempre tivemos grandes jogadores aos montes, a ponto de todo treinador da Seleção ser cobrado por ausências em sua lista de convocações.

De onde vinham esses craques todos? De milhares e milhares de campinhos Brasil afora. Éramos uma verdadeira fábrica de craques em larga escala. Campinhos de terra, de areia batida, de pedra inclusive. Milhares e milhares de garotos enlouquecidos pelo jogo em vielas, favelas, vilas, praças, na praia, onde desse pra jogar. E dessa multidão tiramos, durante décadas, dezenas de craques que inundaram o mundo com dribles, passes e jogadas geniais, descobertos por olheiros dos clubes. Foi o que fez a fama do futebol brasileiro, não necessariamente aliado ao rigor tático, mesmo tendo treinadores competentes e especializados.

Um golpe violento veio com a Copa de 1982. A derrota para a Itália levantou o argumento de que o “futebol arte” era inútil e deveria ser substituído pela força. A nova onda perversa dominou o Brasil, mas nosso petróleo da bola era tão farto que ainda aguentamos 25 anos com as reservas técnicas. E tome Romário, Geovani, Bebeto, Ricardo Gomes, Branco, Valdo, Raí, Leonardo, vários desses tetracampeões em 1994. E tome Amoroso, Edilson, Djalminha, Marcelinho, Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Roger, Alex, Felipe…

A Lei Pelé deu alforria aos jogadores. Em compensação, espatifou os clubes, saqueados por dirigentes e empresários. Em paralelo, os garotos passaram a ser formados para o combate em vez da criação. Veio a era dos volantes brucutus. Enquanto isso, os campinhos foram desaparecendo, os garotos descalços foram desprezados, os empresários tomaram o lugar dos olheiros e a indústria exige porrada e força em vez de destreza. E nós, que antigamente tínhamos vinte ou trinta jogadores para escalar onze, chegamos à Era Neymar, a do time de um talento só que seria responsável por resolver tudo em campo. Como se viu, não deu certo.

Há trinta e poucos anos, o sonho da Venezuela era marcar um gol no Brasil. Apesar da tradição, fazer seis gols no Paraguai e cinco no Uruguai não era difícil em 1979. O futebol mudou e muitos evoluíram em seus cenários. Nós, não: abrimos mão do melhor que tínhamos – nossa habilidade, capacidade de improvisação e perspicácia – para nós tornarmos inferiores às seleções que, um dia nós invejavam. Jogamos fora o principal combustível do nosso protagonista, o talento. Em compensação, temos uma indústria de marcadores.

O problema maior não está numa derrota para o Paraguai, hoje normal. Até segunda ordem, a classificação para a Copa do Mundo ainda não parece ameaçada. O problema mais grave é que, se conseguirmos confirmar o passaporte para o Mundial, ele será o de coadjuvantes. O problema é verdade que, nesta derrota de quarta, o Brasil não tem um único desfalque expressivo – o time que está lá é o que temos e só. Quem ali realmente faz diferença do ponto de vista da qualidade técnica?

Alguém espera por Neymar? Quem ainda acredita em sua volta ao futebol profissional de excelência?

O Brasil precisa refundar suas divisões de base e valorizar o talento, se não quiser se tornar de vez um centro inexpressivo do futebol. Precisamos voltar a fabricar craques em série e recuperar a identidade do nosso futebol.

Peço a compreensão dos mais jovens, não se chateiem comigo. Não é saudosismo, mas apenas meu olhar de criança como torcedor. Se naquele tempo alguém falasse de um camisa 10 (ou 8) talentoso e importante, você poderia lembrar facilmente de Dicá, Ailton Lira, Renato, Zenon, Pita, Adílio, Cléber, Zico, Rivellino, Guina, Palhinha, Sócrates, Jorge Mendonça, Falcão, Mendonça, Enéas, Douglas e outros.

Hoje falamos de quem?

@p.r.andel

Brasil 2 x 3 Itália, 40 anos depois (por Paulo-Roberto Andel)

Tudo ainda está muito vivo em minha memória. Eu tinha treze anos e o mundo pela frente. Desde 1981 o mundo se curvava ao talento da Seleção Brasileira, lotada de craques e com atuações inesquecíveis.

Acordei cedo e fiquei na expectativa do jogo. Pela primeira vez eu não iria ver uma partida da Copa em casa. Meu amigo Ivan, também meu vizinho de prédio, me convidou para ver em sua casa. Éramos nós dois mais a irmã dele, a prima e a mãe.

Começou tenso, porque a Itália logo marcou um gol numa cabeçada de Paolo Rossi, mas o Brasil também deu o troco com um jogadaço de Sócrates, o Doutor, a fera cerebral do Brasil com seus toques geniais de primeira e de calcanhar. Gritamos no empate mas estávamos tensos. Por outro lado, o Brasil tinha acabado de dar um baile na poderosa Argentina, o que aumentava nossa confiança.

Houve um branco, a Itália se aproveitou e fez 2 a 1. Paolo Rossi outra vez. Ficamos em silêncio, mas havia muito tempo ainda. Tínhamos a melhor seleção do mundo, precisávamos ter calma e confiança.

No intervalo comemos biscoito e tomamos Coca-Cola. A cada mordida e gole, dava para sentir certa apreensão. O Brasil não perdia um jogo há um ano e meio, era o favorito, brigava de igual para igual. A gente ia empatar o jogo.

Atacávamos, mas o gol não saía. Eles respondiam, tínhamos medo. Acompanhamos tudo em silêncio frente à pequena televisão. E foi aí que Falcão puxou a bola na frente da área e marcou um golaço! Explodimos. Nosso silêncio desabou em meio à comemoração. Os fogos explodiram na vizinhança. Copacabana inteira não gritou pelo gol, mas deu um urro que misturava alívio, dor e esperança.

Rimos e nos abraçamos. O Brasil se encaminhava para as semifinais da Copa da Espanha.

O problema é que o roteiro seria totalmente diferente das nossas expectativas. Veio um escanteio. Uma bola de longe chutada torta e – como assim? – acabou em gol. Gol. O terceiro gol. Gol da Itália. Paolo Rossi de novo, logo ele que tinha o nome parecido com o meu, me dando um castigo daqueles.

Da saída do meio de campo até o último apito de Abraham Klein, a gente só fez ruídos para respirar. Sabíamos o que nos esperava. A janela oferecia um silêncio de cinco mil cemitérios numa segunda-feira à noite. Ficamos tão congelados que nem pulamos quando Zoff fez grande defesa em cabeçada de Oscar, nem quando a Itália marcou o quarto gol, que acabou anulado.

Quando o jogo acabou, tive a reação que uma criança teria num dia de feriado: chamei o Ivan para irmos jogar bola na Lagoa. Ele topou. Combinamos de nos encontrar na rua em dez minutos. Então me despedi da prima, da irmã e da mãe, todas muito silenciosas, e fui rapidamente em casa, onde o silêncio de meus pais era também profundo. E depois de tantos silêncios, entendi que a mais profunda das tristezas nem sempre vem com sons.

Pensando na casa do meu amigo e na minha, aí chorei sozinho no elevador Atlas branco para dez passageiros. Os oito andares pareciam quinhentos. Me recompus, estava sozinho, ninguém me notou na portaria. Logo encontrei o Ivan e fomos chamar mais amigos para o futebol na casa de cada um – os telefones eram raros. Sozinho, pensei: perdemos 1982 mas vamos ganhar 1986. Sonho de menino.

Juntamos uma turma e fomos para a Lagoa a pé. A rua estava deserta. Não havia carros nem ônibus. Não havia pedestres. Nas portarias, não se via os porteiros. Éramos um grupo de garotos atravessando uma Copacabana fantasma, como se tivesse sido abandonada por seu povo. Descemos a Tonelero, atravessamos o túnel, seguimos pela Pompeu Loureiro e tudo era o silêncio de desolação, mas a gente carregava para sempre o amor pelo futebol.

Quarenta anos depois, eu continuo perseguindo o futebol. Demorou, mas vi o Brasil ganhar duas Copas do Mundo. Vi milhares de jogos e dezenas de milhares de jogadores. O futebol ainda é muito importante na minha vida, é uma presença diária. Mas o que penso daquela tarde de quarenta anos atrás é que, de algum jeito, aquilo mudou o jogo que tanto amo e a mim mesmo para sempre.

O futebol ensina muitas coisas. Não se pode vencer todas. Nem sempre o melhor vence. Nem sempre o melhor é tão melhor. Às vezes, o pior é muito melhor do que podemos imaginar. A Itália naquele dia foi melhor e depois se tornou uma merecida campeã. O Brasil perdeu, mas o sonho daquela seleção que encantou o mundo por um ano e meio foi tão forte que, hoje, quarenta anos depois, seu desenho de beleza e poesia ainda está entre nós. O Brasil de 1982, a Holanda de 1974 e a Hungria de 1954 são provas vivas de que há seleções condenadas à eternidade mesmo sem título.

Assim, volto ao velho elevador Atlas e me sinto livre para o choro, o mesmo dos meus treze anos.

@pauloandel

Os tricampeões mundiais, 50 anos depois

Passado meio século que se completa hoje, chega a ser risível que a Seleção Brasileira tenha embarcado para a Copa do México sob absoluto descrédito. Ok, os jogos finais de preparação não foram bons, a confusão com a saída de João Saldanha era viva e, para piorar, os tempos no Brasil não tinham nada de tranquilo. Mas, ainda assim, vendo a quantidade de craques que o Brasil tinha à disposição na Copa, no mínimo era para se desconfiar da chance de sucesso.

A campanha maravilhosa de 1970, com seis vitórias em seis jogos, incluídos três campeões mundiais, não deixa dúvidas. E se o Brasil foi espetacular em 1958 e 1962, mesmo, em 1970 o auge do nosso futebol foi alcançado pela junção da excepcional condição técnica com a capacidade física: todos os seis adversários foram derrotados nos dois quesitos.

Nestes tempos de pandemia, as reprises dos jogos têm sido uma constante, o que ajuda a entender o fascínio dos mexicanos por aquele time, bem como de torcedores pelo mundo afora. E ajudam a desfazer falácias, por exemplo, a respeito de Félix, que cumpriu atuações espetaculares, e de Clodoaldo, com jogadas maravilhosas. O Brasil ganhou a Copa de ponta a ponta, sem um passo em falso sequer, e mesmo quando passou por momentos mais delicados como o primeiro gol do Uruguai nas semifinais, ou ainda o empate da Itália na final, a Seleção Brasileira jamais se abateu e manteve sua autoridade. A lição vinha de longe, doze anos antes, com Didi carregando a bola calmamente depois do gol da Suécia em 1958, para depois comandar o baile do nosso primeiro título mundial.

Cinquenta anos depois, as jogadas da Seleção no México continuam vivas demais na memória popular. Todas são reconhecidas pelos fãs de futebol, e muitas têm a assinatura de Pelé no auge de sua carreira. Deixando o goleiro tcheco Viktor desesperado com um quase gol do meio de campo, ou o uruguaio Mazurkievski a ver navios com o espetacular drible de corpo, Pelé foi tão monumental quanto nos passes para os gols de Jairzinho contra a Inglaterra e de Carlos Alberto Torres contra a Itália. Duas bombas poderosas criadas pela elegância do Rei do Futebol.

Louvar a campanha brasileira em 1970 é reconhecer que, no México, mostramos o melhor futebol de todos os tempos, com talento e resultados. Nunca mais superamos aquele momento, mesmo tendo conquistado mais Copas. Ninguém superou, aliás, mas o nosso encanto é também o sonho de, um dia, voltar a ver uma Seleção Brasileira tão poderosa e qualificada quanto aquela. Por longo tempo ainda tivemos muitos craques mas, por diversas razões, o estoque foi diminuindo, a essência do futebol brasileiro se perdeu e hoje, meio século depois, ainda nos encantamos com o futebol, mas ele não é nada perto do que já foi um dia. Não há como pensar num jogador brasileiro em 2020 que possa ser comparado aos campeões de 1970.

Eram tempos muito difíceis para o Brasil, mas o nosso futebol ajudou a aliviar as almas cansadas de milhões de brasileiros sofridos. Os campeões de 1970 ecoam em nossas mentes diariamente, seja pelos comentários de Gérson, pelas crônicas certeiras de Paulo Cezar Caju e Tostão – que outra seleção do mundo teve dois craques cronistas de alto nível? -, pelas aparições de Rivellino na TV. E, claro, por causa de Pelé. É dia de exaltá-los ainda mais, pelo que fizeram, pelo que representam e pela lucidez que nos resta. A Seleção de 1970 é nossa melhor referência e talvez só tenhamos paz no futebol quando, um dia, formos capazes de repeti-la ou, ao menos, de nos aproximarmos dela.

Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gérson e Pelé; Jairzinho, Tostão e Rivellino. E Paulo Cezar. E Marco Antônio. E Roberto Miranda. E Joel Camargo, Leão, Baldocchi, Fontana, Zé Maria…

Há cinquenta anos, vivemos um sonho que não termina.

Foto: Orlando Abrunhosa.

Aquele Gordon Banks

Brasil e Inglaterra na TV há pouco. Meio século depois, o jogão da Copa do México ainda é muito falado, com razão.

Dez entre dez comentaristas cravam como grande lance a defesa de Gordon Banks, com razão.

O Brasil levou uma bola no travessão. É do jogo.

Agora, o nosso gol é um clássico eterno do melhor futebol do mundo: Tostão deixa três ingleses de bobeira e cruza lindamente; Pelé deixa outros dois com um toquinho colossal, enjoado; finalmente Jairzinho ajeita e solta a bomba.

Estava rediviva a mística de 1958 e 1962.

Os uniformes eram lindos de morrer, achado maravilhoso de Ibrahim Sued. Até as placas da Esso na linha de fundo eram charmosas. Os caracteres no placar na tela da televisão. Tudo.

As imagens da Copa de 1970 estão muito vivas para quem gosta de futebol. Compreende-se: foi a primeira que vivos com os próprios olhos dentro de casa. O time era o maior de todos os tempos. Todos os craques voltariam para o Brasil e viveriam aqui, muitos ainda jogando várias temporadas.

Jairzinho, Gerson, Tostão, Pelé e Rivellino. Podia ser o quinteto de Miles Davis em “Kind of blue”. O MPB4 cantando “Roda Viva” com Chico Buarque. Uma mesa em Paris com Hemingway e seus pares. Mas é o nosso melhor futebol, com as nossas lindas cores, fazendo os olhos de milhões de torcedores brilharem, dando uma réstia de alegria para um país com portões fechados.

Três anos depois do tri, os garotos de quatro ou cinco anos ficavam embasbacados com as figurinhas dos heróis da bola. Só de ouvir falar nos tricampeões do mundo, muitos se apaixonaram pelo futebol para sempre. Taí a coluna que não deixa mentir.

@pauloandel

Ainda sobre 1982

Na era do caos pelo Covid19, as reprises são abundantes nos canais esportivos. Na semana passada, com a campanha do Brasil na Copa de 1982, vieram à tona enormes discussões sobre o que seria a verdade do time de Telê Santana no Mundial da Espanha. Para muitos, um engodo. Para outros, abaixo do esperado. Para alguns, tudo muito discutível, mesmo que seja um dos times mais respeitados da história das Copas do Mundo, ao lado de outras admiráveis não campeãs como a Hungria de 1954 e a Holanda 1974/78.

Importante pontuar que as retransmissões foram feitas sem as análises e narrações originais, que dariam muito do clima da época, mas há muito além disso.

Primeiro: aquela foi a última vez em que a Seleção Brasileira era realmente popular. Praticamente todos os seus jogadores atuavam no Brasil. Os campeonatos regionais e o brasileiro reuniam com facilidade públicos de 50, 80 ou 100 mil pessoas. Era um time identificado com seu povo.

Segundo: Telê Santana vai para a Seleção Brasileira depois que o Palmeiras, time que treinava à época, massacrou o poderoso Flamengo nas quartas de final de 1979 em pleno Maracanã numa atuação arrebatadora. Ele se torna o treinador exclusivo e a Seleção é chamada de “permanente”, passando a se apresentar e jogar mensalmente. Em pouco tempo Telê resgata a paixão pelo futebol depois do fiasco da Copa América de 1979. Entre 1980 e 1982 a Seleção faz grandes partidas, dá exibições e chega à Espanha como a favorita ao título. Naquele período, o Brasil sofreu apenas duas derrotas: uma para a URSS, no começo do trabalho, e outra para o Uruguai, na final do Mundialito de 1981, torneio realizado naquele país em comemoração do cinquentenário da primeira Copa do Mundo (com um ano de atraso).

Terceiro: a credibilidade da Seleção tinha fundamento. Em 1981, o Brasil fez uma excursão à Europa e bateu três potências: Inglaterra (1 a 0), Alemanha (2 a 1) e França (3 a 1). Aliás, na primeira Era Telê o Brasil venceu a Alemanha, que seria vice-campeã mundial, por três vezes, uma delas por 4 a 1. O time era cantado e decantado por toda a imprensa esportiva mundial, sem exceções. E a base do time vinha de timaços como São Paulo, Atlético e Flamengo.

Tudo isso gerou uma enorme expectativa que na Espanha não se confirmou. Há muitos motivos mas, descontando-se a estreia contra a URSS, sempre complicada e nervosa, a Seleção passou com muita facilidade pelos seus três adversários a seguir. Se Escócia e Nova Zelândia eram fácies de bater, o mesmo não se pode dizer da Argentina, que sempre é um osso duríssimo de roer. A vitória por 3 a 1 foi inconteste. Quatro vitórias em quatro jogos, ainda que sem o brilho de quem costumava oferecer shows – mas todos sabemos que, na Copa, é diferente. Com seis gols nas duas primeiras partidas, o Brasil superou a estatística empacada desde 1954.

O jogo contra a Itália era muito perigoso, mas muitos italianos reconheciam a superioridade brasileira e a vantagem do empate para os então tricampeões mundiais. Só que a Itália jogou como nunca, esteve à frente do marcador em boa parte do jogo e, no fim, conseguiu sua vitória em uma jogada até inesperada (o peteleco de Tardelli se converter num passe para a finalização qualificada de Paolo Rossi). Os italianos foram melhores e souberam alcançar o resultado. O timaço brasileiro, com exceção de bons momentos de Sócrates e Falcão (por sinal, autores dos gols), fez uma de suas piores partidas desde que o trabalho iniciara em 1980.

Por muito tempo, certa empáfia atribuiu aos italianos a pecha de “zebra”. Ledo engano: um time com Zoff, Scirea, Cabrini, Tardelli, Antognioni, Altobelli e Paolo Rossi jamais poderia ser uma zebra. Fez uma primeira fase sem vitórias, mas mostrou força ao derrotar os argentinos. E contra o Brasil arrancou para o título merecido.

Desde então, nenhuma outra derrota brasileira numa Copa do Mundo deixou o país tão triste quanto essa do Sarriá. A relação mudou para sempre. O Brasil fechou as portas por 24 horas. Não foi a derrota em um jogo, mas a de um encanto regular do futebol brasileiro por mais de dois anos. Muito mais do que a retransmissão de uma partida onde tudo deu errado contra um grande adversário. E custou caro ao futebol mundial, com a obsessão pelo chamado futebol-força.

Pelo menos, a reprise de Brasil 2 x 3 Itália serve para tirar de vez a culpa exclusiva de Serginho pela eliminação. Ele não foi bem, mas definitivamente não deveria ter sido o bode expiatório. Waldir Peres, que falhou contra a URSS, mostrou muita segurança no resto da competição e não teve culpa nos gols. Feras como Éder e Zico estiveram apagadas. Edinho e Roberto eram dois jogadoraços, mas é difícil cravar que resolveriam sozinhos a parada contra os italianos. É certo: Luizinho, um craque, jogou mal a Copa. Leandro e Júnior, craques, cederam generosos espaços de contra-ataque. A Seleção na Espanha jamais foi a mesma que havia encantado o mundo nos dois anos anteriores, mas sua imagem anterior era tão poderosa que prevaleceu.

Os campeões de 1994 e 2002 realizaram partidas até piores do que os derrotados na Espanha, mas a vitória final apaga os erros. Não é preciso tirar-lhes o brilho para elogiar a Era Telê na CBF. Tivemos brilho também em 1938 e 1950, tínhamos craques em 1966 mas o fracasso foi grande. A Seleção de 1982 mantém o respeito porque foi muito vista em seu auge ao vivo e na TV.

Ao ser recebido para a coletiva após a derrota para a Itália, Telê Santana foi aplaudido de pé por mais de duzentos jornalistas. Se isso não tiver significado nada, talvez os torcedores do São Paulo em 1992/1993 possam explicar melhor.

@pauloandel

Giva, Giva, Givanildo!

Nos tempos em que todos os times brasileiros jogavam com um só volante, Givanildo foi a fera à frente da zaga. Multicampeão pelo Santa Cruz, vice-campeão nacional pelo Corinthians, chegou à Seleção Brasileira. Passou pelo Fluminense, foi para o Sport – onde também brilhou. Depois, virou treinador de sucesso, ganhou trocentos títulos e continua na ativa, denunciando que nunca teve espaço em times grandes pelo preconceito que sofre por ser nordestino.

O DIA EM QUE GIVANILDO PAROU PELÉ: CLIQUE AQUI

A Seleção a um mês da Copa de 1958 (da Redação)

Em 07 de maio de 1958, há exattos 60 anos, o Brasil entrava em campo para a decisão da Taça Oswaldo Cruz, contra o Paraguai no Pacaembu. A Seleção havia vencido a primeira partida da disputa por 6 a 1 no Maracanã e, com isso, carregava uma enorme vantagem.

Numa partida marcada pela violência e empatada sem gols, o grande problema do confronto havia sido a contusão de Didi. Com suspeita de fratura, o meia poderia ficar de fora do Mundial da Suécia, o que felizmente acabou não acontecendo – Didi acabaria sendo eleito o melhor jogador da Copa do Mundo de 1958.

Um mês depois, após alguns amistosos, o Brasil estrearia na Copa vencendo a Áustria por 3 a 0, e começaria uma longa trajetória de glórias para o futebol brasileiro. Interessante reparar que a escalação campeã do mundo seria bem modificada em relação à decisão do Pacaembu.
Brasil 0 x 0 Paraguai – 07/05/1958
Taça Oswaldo Cruz 1958
Local: Estádio do Pacaembu – SP

Árbitro: Venceslau Zárate

Brasil: Gilmar, De Sordi, Bellini, Zózimo e Oreco; Dino Sani, Didi (Moacyr) e Dida:  Joel, Vavá e Zagallo (Canhoteiro); Técnico: Vicente Feola

Paraguai: Ramón Mayeregger, Edelmiro Arévalo, Juan Vicente Lezcano, Salvador Villalba, Elígio Echagüe (Agustín Miranda) – Ignacio Achucarro, José del Rosario Parodi – Juan Bautista Agüero, Raúl Aveiro, Cayetano Ré, Florencio Amarilla; Técnico: Aurelio González

 

 

 

“Confesso que perdi”, livro de Juca Kfouri (da Redação)

 

Testemunha vida de grandes casos da vida brasileira nos últimos 50 anos, passado pelo esporte e a política, o jornalista Juca Kfouri lança seu livro de memórias, “Confesso que perdi”.

Sócrates, CBF, Diretas Já, ditadura militar-empresarial, Corinthians, Revista Placar, Revista Playboy, Máfia da Loteria Esportiva e muito mais.

Uma degustação em PDF pode ser baixada CLICANDO AQUI.

Aymoré Moreira, uma legenda (da Redação)

Aymoré Moreira (à direita) ao lado de seu irmão Zezé Moreira (este com a camisa do America)

 

Aymoré Moreira nasceu em Miracema, no Estado do Rio de Janeiro em 24 de janeiro de 1912 .

O ex-treinador deu início à sua carreira futebolística como goleiro na década de 1930.

Ainda como jogador, ele defendeu o extinto Sport Clube Brasil, o Botafogo (RJ), e o Palestra Itália (atual Palmeiras).

No final da década de 1930, Aymoré Moreira começou sua história dentro da Seleção Brasileira como goleiro.

Após formar-se em educação física em 1948, ele iniciou sua carreira de técnico de futebol, tendo dirigido alguns dos principais clubes brasileiros -São Paulo, Santos, Corinthians, Portuguesa, Palmeiras Flamengo, Cruzeiro, Vitória e Bahia.

Depois de vencer a Copa do Mundo de 1962, Aymoré trabalhou como técnico no futebol de Portugal e da Grécia.

Ele fazia parte de uma família que deu ao futebol brasileiro mais dois técnicos: Zezé Moreira (que também dirigiu a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1954 – e morreu, no Rio de Janeiro, no dia 10 de abril de 1998) e Ayrton Moreira (que comandou o Cruzeiro na década de 1960, durante uma das melhores fases da história do time mineiro).

A primeira participação de Aymoré Moreira no comando técnico da seleção brasileira aconteceu em 1953.
Em 61, ele assumiu novamente o cargo e permaneceu até 1963. Depois do fracasso do Brasil na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra, Aymoré foi chamado novamente para comandar a reformulação do futebol brasileiro, que culminaria com o tricampeonato mundial no México, em 1970.

Em 1968, ele foi substituído pelo jornalista e técnico João Saldanha. Aymoré é o técnico que mais dirigiu a seleção brasileira depois de Mario Jorge Lobo Zagallo.

No total, o treinador participou de 61 jogos oficiais à frente da seleção.

Em 57 anos de carreira, Aymoré dirigiu três gerações de jogadores brasileiros: Zizinho e Ademir Menezes (década de 1950); Pelé, Garricha e Zagallo (década de 1960); Rivellino, Tostão e Clodoaldo (final dos anos 1960).

Desde 1979 ele morava em Salvador.

Ao falecer aos 86 anos em 26 de julho de 1998, Aymoré deixou mulher e dois filhos, Sheyla e Éder Moreira.

Sarriá no JB, 35 anos depois (da Redação)

Daqui a menos de um mês, completam-se 35 anos da fatídica derrota da Seleção Brasileira para a Itália na Copa do Mundo da Espanha, que alijou um dos maiores times da nossa história de um título mundial.

O tempo deu o devido valor àquele time; no entanto, aqui trazemos o calor das análises e crônicas daquele momento, publicadas no maior jornal do País.

 

 

Nelson Rodrigues, sobre Barbosa (por Paulo-Roberto Andel)

O tempo e a eternidade

Amigos, o velho Barbosa está fora do Brasil. Mas não importa e explico: — a ausência do verdadeiro craque é tão ativa, militante e absorvente como a presença viva. Só o perna de pau consegue ser esquecido. Um Barbosa, não. Está na longínqua e quase inexistente Escandinávia e continua sendo fato, continua sendo notícia. Ausente dá uma sensação de presença física.

O velho Barbosa! Digo “velho” e já retifico: — não é velho coisa nenhuma. Amigos, não existe a menor relação entre Barbosa e a sua idade. Ou melhor: — idade e pessoa não coincidem no arqueiro vascaíno. Ele tem o quê? Uns 37, 38 anos. Para as outras atividades, o sujeito pode ter isso ou mais, impunemente. Mas o tempo, no futebol, é rapidíssimo. Um minuto vale um mês ou mais. E, aos 37 anos, o indivíduo é gagá para a bola, e insisto: — o indivíduo baba de uma velhice irremediável. A própria bola, o refuga e trai. E Barbosa continua notícia, continua fato pelo seguinte: — porque é eterno.

E quando Barbosa joga acontece apenas isto: — ele esfrega a sua eternidade na cara da gente. Há dias, escrevi, aqui mesmo, que se trata da eternidade mais viçosa já ocorrida no futebol brasileiro. No comum dos mortais, a vida é uma luta corpo a corpo contra o tempo. O sujeito olha a folhinha e toma um susto ao verificar que estamos em 59. 1959! É o caso de perguntar: — “Já?” Sim, amigos: — Já! Para Barbosa o problema de folhinha e de relógio não existe. É o homem sem tempo, que esqueceu o tempo, que vive sem o tempo, muitíssimo bem. Há os que rosnam: — “Barbosa pinta os cabelos!” De fato, tem já cabelos brancos. Aí o único detalhe de velhice na sua figura ágil, elástica, acrobática.

O problema do arqueiro, porém, não se resume ao desgaste físico. Não. Ele sofre um constante, um ininterrupto desgaste emocional. Debaixo dos três paus, parado, dá ideia de um chupa-sangue que não faz nada, enquanto os outros se matam em campo. Ilusão! Na verdade, mesmo sem jogar, mesmo lendo gibi, o goleiro faz mais do que o puro e simples esforço corporal. Ele traz consigo uma sensação de responsabilidade que, por si só, exaure qualquer um. Amigos, eis a verdade eterna do futebol: — o único responsável é o goleiro, ao passo que os outros, todos os outros, são uns irresponsáveis natos e hereditários. Um atacante, um médio e mesmo um zagueiro podem falhar. Podem falhar e falham vinte, trinta vezes num único jogo. Só o arqueiro tem que ser infalível. Um lapso do arqueiro pode significar um frango, um gol, e, numa palavra, a derrota. Vejam 50. Quando se fala em 50, ninguém pensa num colapso geral, numa pane coletiva. Não. O sujeito pensa em Barbosa, o sujeito descarrega em Barbosa a responsabilidade maciça, compacta da derrota. O gol de Ghiggia ficou gravado, na memória nacional, como um frango eterno. O brasileiro já se esqueceu da febre amarela, da vacina obrigatória, da espanhola, do assassinato de Pinheiro Machado. Mas o que ele não esquece, nem a tiro, é o chamado “frango” de Barbosa.

Qualquer um outro estaria morto, enterrado, com o seguinte epitáfio: — “Aqui jaz Fulano, assassinado por um frango.” Ora, eu comecei a desconfiar da eternidade de Barbosa quando ele sobreviveu a 50. Então, concluí de mim para mim: “Esse camarada não morre mais!” Não morreu e pelo contrário: — está cada vez mais vivo. Nove anos depois de 50, ele joga contra o Santos, no Pacaembu. Funcionou num time de reservas contra um dos maiores, senão o maior time do Brasil. E foi trágico, amigos, foi trágico! Começa o jogo e, imediatamente, Pelé invade, perfura e, de três metros, fuzila. Fosse outro, e não Barbosa, estaria perguntando, e até hoje: — “Por onde entrou a bola?” Barbosa defendeu e com que soberbo descaro! Daí para frente, a partida se limitou a um furioso duelo entre o solitário Barbosa e o desvairado ataque santista. Foi patético, ou por outra — foi sublime. E porque, na sua eternidade salubérrima, ainda fecha o gol, eu faço de Barbosa o meu personagem da semana.

Publicado na Manchete Esportiva, 30/5/1959, e também em “A Pátria de Chuteiras”, 2013, página 72

O baile do Tita: Brasil 1979 (da Redação)

Em 02 de agosto de 1979, Brasil e Argentina mediram forças pela Copa América diante de quase 120 mil torcedores.

A Seleção Brasileira venceu a grande rival por 2 a 1, com um golaço do jovem estreante Tita, atuando ao lado de outros jogadores fantásticos e enfrentando nada menos do que o também jovem Diego Maradona.

Ainda que caísse nas semifinais diante do Paraguai, o Brasil contava com jogadores de altíssimo quilate técnico como Amaral, Edinho, Carpegiani, Zenon e outros.

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O jogo de um bilhão (da Redação)

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Havia uma grande expectativa em junho de 1985: novamente a Seleção Brasileira faria um jogo decisivo contra o Paraguai para garantir sua vaga na Copa do Mundo do ano seguinte. Em tempos de inflação galopante, a previsão era de uma bilheteria de um bilhão de cruzeiros, moeda da época (equivalente a cerca de 162.400 dólares) para 150 mil pagantes no Maracanã lotado.

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A renda ultrapassou 1,4 bilhão de cruzeiros, mas o Maracanã não lotou: compareceram “apenas” 139.923 torcedores.

Com o empate em 1 a 1, a Seleção garantiu vaga para o Mundial do México. O grande destaque da partida foi o paraguaio Romerito, autor de um golaço que silenciou o estádio.

João Saldanha, 1986, Roda Vida (da Redação)

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Onde tinha João Saldanha, tinha também reflexão, humor e causos imperdíveis. É o caso desta entrevista ao programa Roda Viva, dividido em três blocos, da TV Cultura no ano de 1986. Aqui, apresentamos o segundo. Os outros dois podem ser encontrados com facilidade no YouTube. Para os mais jovens, é divertido ver o apresentador Marcelo Rezende ainda como jornalista esportivo na bancada.

Tática, técnica, as Feras do Saldanha, a Democracia Corinthiana, a incrível história do tiro no goleiro Manga, homossexualidade no futebol e muito mais.

Conversando com JH (da Redação)

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João Havelange, um dos maiores dirigentes esportivos da história, faleceu hoje aos 100 anos de idade.

Com o devido respeito e as condolências, esta postagem revela alguns dos muitos aspectos da personalidade de JH, por meio do documentário “Conversando com JH”.

O filme conta o que há por trás da realização de uma biografia, a partir da relação de biógrafo e biografado. “Conversa com JH” conta a experiência de João Havelange e Ernesto Rodrigues durante a produção do livro “Jogo Duro – A história de João Havelange” (Editora Record, 2007).

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Os muitos conflitos e obstáculos enfrentados que lidam com a apropriação da história de uma outra pessoa e como ela vê a si mesma no mundo.

A biografia, lançada em 2007, contou com mais de 140 entrevistas de profissionais do futebol, de todos os países do mundo.

Os conflitos culminam ao ponto que Ernesto cumpre seu compromisso de mostrar os originais para o ex-presidente da Fifa.

 

 

 

A Seleção nas Olimpíadas

ROMA, 1960

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Elenco:

1 Roberto Branco • 2 Carlos Alberto • 3 China • 4 Chiquinho • 5 Dary • 6 Décio • 7 Edmar • 8 Gérson • 9 Gil • 10 Jonas • 11 Macarrão • 12 Alvaro Jurandis • 13 Maranhão • 14 Nonô • 15 Paulinho Ferreira • 16 Roberto Dias • 17 Rubens • 18 Valdir • 19 Wanderley • Treinador: Vicente Feola

MUNIQUE, 1972

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Alguns jogadores que fizeram parte do elenco da Seleção Brasileira que disputou os Jogos de 1972: Nielsen, Terezo, Abel Braga, Osmar, Celso, Bolívar, Falcão, Rubens Galaxe, Pedrinho, Washington, Zé Carlos, Manoel, Roberto Dinamite e Dirceu

LOS ANGELES, 1984

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Brasil 1966, há exatos 50 anos

Em 13 de julho de 1966, o Jornal do Brasil noticiava a preocupação dos húngaros com a possível evolução da Seleção Brasileira na Copa do Mundo da Inglaterra, depois de estrear na véspera com uma vitória sobre a Bulgária por 2 a 0, com gols de Pelé e Garrincha.

Tudo seria diferente das preocupações húngaras dois dias depois: Hungria 3 x 1 Brasil e o encaminhamento para aquela que, desde então, foi a pior participação do escrete canarinho numa Copa, com a eliminação na primeira fase da competição. Eram claros os reflexos de tudo o que acontecia no país em termos políticos, com claros reflexos em nosso futebol.

Em tempos em que o jornalismo anda rareando, era um verdadeiro luxo a escalação dos correspondentes internacionais do JB na Inglaterra: José Inácio Werneck, João Máximo, Oldemário Touguinhó e grande elenco. Outras palavras.

BRASIL 1966 HUNGRIA