O rei do caô do futebol brasileiro: Carlos “Kaiser” (da Redação)

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Carlos Henrique Raposo foi um jogador brasileiro que atuou por diversos clubes brasileiros e do exterior. Ganhou o apelido “Kaiser” devido à semelhança com o alemão Franz Beckenbauer.

Em 2011, o programa “Esporte Espetacular”, da Rede Globo, exibiu uma matéria que contava com detalhes como ele por mais de 20 anos conseguiu ludibriar diversos clubes brasileiros (Botafogo, Flamengo, Bangu, Fluminense, Vasco da Gama, America) e do exterior (Puebla do México, Independiente da Argentina – há controvérsias a respeito -, El Paso dos EUA e Gazélec Ajaccio da França), fazendo parte de seus elencos, mesmo sem praticamente ter disputado partidas oficiais. Entre seus supostos feitos notáveis, Kaiser alegou ter sido campeão Mundial Interclubes pelo Independiente em 1984, fato negado pela diretoria do clube argentino. Por este fato, Carlos ganhou a alcunha de “Forrest Gump” do Futebol Brasileiro. O rei do caô.

Após aposentar-se(?) da carreira profissional no futebol, Carlos tornou-se personal trainer. 

Confira também o incrível programa “Provocações” com Antonio Abujamra entrevistando o atleta 342.

O futebol no mundo dos videoclipes (por Paulo-Roberto Andel)

Popularizado a partir de 1981 com a chegada da MTV (Music Television), o videoclipe foi a grande mola propulsora do mercado da música mundial durante décadas, ainda com muita força nos tempos atuais. E algumas bandas famosas do rock e do pop nacional e internacional não deixaram de homenagear o futebol em suas produções artísticas, seja em imagens, versos ou melodias. Confira alguns exemplos.

1) “(Keep feeling) Fascination”, The Human League, 1983:

2) “Perfect strangers”, Deep Purple, 1984:

3) “Tiruliruli”, Hermeto Pascoal, 1984

4) “O futebol”, Chico Buarque, 1989:

5) “Bahia x Grêmio”, Yamandu Costa, 2001:

6) “Futebol no inferno”, Caju e Castanha, 2009:

7) “Umbabarauma”, Jorge Benjor & Racionais MCs, 2010:

Casa vazia, audiência cheia (por Paulo-Roberto Andel)

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No fim de semana passado, dois pontos me chamaram a atenção nas disputas regionais do futebol brasileiro, em seus dois principais centros.

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No clássico disputado no Rio de Janeiro, na cidade de Volta Redonda, o Botafogo venceu o Fluminense por 1 a 0, classificando-se para a final do Carioca 2016, diante de apenas 5.182 torcedores presentes, dos quais 3.562 foram pagantes.

Cerca de 31% do público foi beneficiado pelas leis de gratuidade – se elas não existissem, o resultado do comparecimento talvez fosse ainda mais catastrófico.

Trata-se do mais antigo clássico do futebol brasileiro.

Foram disponibilizados 14.933 ingressos para a decisão da vaga. Cerca de 35% dos ingressos foram utilizados, somando-se os pagos e as gratuidades. O Raulino de Oliveira teve sua capacidade ociosa em 65% ao receber o confronto.

Domingo, 19 horas, fora da capital, crise etc.

Em 2010, a população de Volta Redonda era estimada em 257.686 habitantes. Supondo que 10% dela tivesse interesse por futebol, um número muito modesto, algo como 26.000 pessoas.

É possível supor que o grosso do público presente à decisão no Clássico Vovô seja composto por torcedores cariocas que se deslocaram do Rio de Janeiro até Volta Redonda, em caravanas organizadas. Porque o público local está totalmente alheio à frequência no estádio. Basta ver os números e a frequência histórica no Raulino.

Em 2013, há três anos, na decisão da Taça Rio que também valia vaga para a final do campeonato, Fluminense e Botafogo levaram ao Estádio da Cidadania 12.485 torcedores pagantes e 15. 516 torcedores presentes.

Comparando-se a totalização dos presentes em 2016 contra 2013, queda de 67%.

Futebol virou minissérie de TV. E pouca gente atentou para a gravidade dessa situação.

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Em São Paulo, o Santos bateu o Palmeiras nos pênaltis e se classificou para a decisão do Paulistão 2016.

Em jogo de torcida única, com a chancela do Estado na declaração de incompetência para combater a violência, o Peixe atuou diante de 13.690 torcedores pagantes.

Mais do que o dobro do público presente à disputa de Fluminense e Botafogo, mas muito pouco para um clássico.

Entende-se que há uma limitação em função dos lugares disponíveis na Vila Belmiro, sem dúvida, além do direito natural do Santos como mandante da partida, tendo em vista a classificação no Paulistão.

Os dois casos fazem pensar.

Quatro dos times mais expressivos do futebol brasileiro jogando para plateias modestas nas arquibancadas, ainda que por motivos diferentes.

O futebol perde sua magia e passa a ser um mero produto de grade de TV. A novela que, se perdermos um capítulo, não muda muito.

Em Santos, um caso normal: o Peixe disputará a final contra o Audax na Vila Belmiro.

No Rio de Janeiro a final será disputada no Maracanã entre Vasco e Botafogo, com TV aberta. Com muita sorte, os dois jogos somados terão 100 mil torcedores presentes.

Há quem diga que o futebol mudou, o jeito de acompanhá-lo mudou e é claro que tudo isso deve ser avaliado. Mas o esporte precisa de coração, de sentimento, de chama, e isso não será pavimentado no futuro com relações distantes, sem presença ao lado da equipe.

Os chamados times grandes aos poucos perdem seu principal ativo: o torcedor presente. E as crianças cada vez mais vestem as camisas do Barcelona, do PSG, do Real Madrid e de outros times europeus porque veem estes times durante a semana, à tarde, em horários adequados aos torcedores mirins.

Alguém vai dizer que Vasco e Flamengo tiveram lotação máxima na outra semifinal do Carioca 2016, disputada no calor equatorial às quatro da tarde em Manaus. É uma outra discussão. Outra demais.

@pauloandel

CRB x CSA, o clássico centenário das Alagoas (da Redação)

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A final do Campeonato Alagoano de 2016 acontece em dois jogos, disputados nos próximos dois domingos. CSA e CRB farão uma decisão toda especial, não apenas por se tratar de um “Clássico das Multidões”, mas por ser um clássico que completa 100 anos em 2016.

O primeiro confronto aconteceu em 1916, com vitória do CSA por 1 a 0 sobre o CRB. Desde então, as equipes se enfrentaram 504 vezes, com 190 vitórias e 616 gols do CRB, que tem grande vantagem sobre o rival com 152 vitórias e 623 gols. Além disso, aconteceram 162 empates.

O CRB é o atual campeão e tem 28 títulos estaduais, enquanto o CSA é o maior vencedor da competição com 38 títulos.

O CRB é o único clube alagoano a conquistar um título regional (Copa do Nordeste 1975). É também o único a ganhar um título interestadual disputado contra os times paraibanos, que concedeu acesso para segunda divisão do campeonato brasileiro. O CRB é o segundo clube mais velho do Estado, sendo pioneiro no Estado no tocante às participações nas series A (1972) e B (1971) do Campeonato Brasileiro, também sendo o primeiro a vencer um campeonato alagoano em 1927 e a ganhar títulos regionais. O CRB foi o primeiro clube de Alagoas a construir estadio particular, e o primeiro campeão no estádio Rei Pelé. Chegou a final da serie C em 2011 e foi vice campeão da Copa do Nordeste em 1994.

O CSA é o único time de Alagoas a disputar um torneio internacional, a conhecida Copa Conmebol de 1999, em sua ultima edição, organizada pela Confederacão Sulamericana de Futebol. O campeão foi o Talleres (Argentina), que na final venceu a própria equipe alagoana.

O maior confronto do futebol alagoano rendeu um documentário intitulado “Futebol na Terra da Rasteira” (2013), dirigido por Thalles Gomes.

Numa crônica escrita em 1921, o escritor alagoano Graciliano Ramos sentenciou: “O futebol não pega, tenham a certeza. Desenvolvam os músculos, rapazes, ganhem força, desempenem a coluna vertebral. A rasteira! Este, sim, é o esporte nacional por excelência. Dediquem-se à rasteira, rapazes!”

O documentário FUTEBOL NA TERRA DA RASTEIRA tenta entender como, contrariando todas as expectativas, o futebol pegou em terras caetés. Através do relato de ex-jogadores que marcaram a história da centenária rivalidade entre CRB e CSA, o filme traça um panorama geral da relação permeada de alegrias e tristezas entre o futebol e a cidade de Maceió.

Na contramão da febre full hd, o curta-metragem foi todo finalizado em VHS. Dirigido por Thalles Gomes e produzido pela Subvídeos Produções, o curta-metragem foi um dos vencedores do Premio Guilherme Rogato da Prefeitura de Maceió. Na escalação do documentário estão os ex-jogadores Silva Cão, Paranhos, Joãzinho Paulista, Catanha, Jorge Siri, Peu, Jerônimo, Felipão e muitos outros. Sem contar a narração de Márcio Canuto e a trilha sonora do Wado.

Colaboração: Subvídeos Produções e Minuto Esportes.

CLIQUE AQUI para ver mais sobre o clássico.

CINEFOOT 2016 – onde o futebol é todo cinema (da Redação)

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O CINEFOOT, único festival de cinema de futebol do Brasil e pioneiro na América Latina, anuncia a sua relação de convocados para as mostras competitivas da sua sétima edição no Rio de Janeiro. São 23 filmes na disputa pela Taça Cinefoot 2016.

O CINEFOOT será realizado de 19 a 24 de maio no Espaço Itaú de Cinema Praia de Botafogo, Ponto Cine e Cine Joia (Jacarepaguá e Caetés), o mais novo cinema a integrar o circuito.

De 31 de maio a 4 de junho, está programada a já tradicional “Prorrogação Cinefoot“ no CCJF – Centro Cultural Justiça Federal, Cine Teatro Eduardo Coutinho e Cinemaison.

Entrada franca em todas as sessões.

Confira a lista completa dos convocados em www.cinefoot.org

Galos de briga (da Redação)

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A badalada classificação do time do Audax à final do Paulistão 2016 causa entusiasmo aos fãs de futebol, devido ao bom desempenho técnico do time. Em outras ocasiões, outros times de menor investimento já chegaram a momentos decisivos de campeonatos regionais e até nacionais, com pleno êxito. Relembre aqui alguns momentos.

Operário-MS x São Paulo – Semifinal do Campeonato Brasileiro de 1977 (1º jogo)

Palmeiras x Internacional de Limeira – Final do Campeonato Paulista de 1986 (2º jogo)

Bragantino x Novorizontino – Final do Campeonato Paulista de 1990 (2º jogo)

Grêmio x Criciúma – Final da Copa do Brasil de 1991 (1º jogo)

Botafogo x Juventude – Final da Copa do Brasil de 1999 (2º jogo)

Flamengo x Santo André – Final da Copa do Brasil de 2004 (2º jogo)

São Caetano x Santos – Final do Campeonato Paulista de 2004 (2º jogo)

Fluminense x Paulista – Final da Copa do Brasil de 2005 (2º jogo)

Botafogo x Madureira – Final do Campeonato Carioca de 2006 (2º jogo)

Santos x Ituano – Final do Campeonato Paulista de 2014 (2º jogo)

“Jogador, cabeleireiro e homem”, um filme sobre Mauro Shampoo (da Redação)

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Mauro Shampoo, figura emblemática do não menos emblemático time do Íbis, foi meio-campista, camisa 10 e o maior ídolo do time pernambucano, que defendeu entre as décadas de 1980 e 1990, tendo marcado um gol, em paralelo à sua profissão de cabeleireiro.

Carismático e folclórico, Shampoo é o protagonista desse divertido curta-metragem, de Paulo Henrique Fontenele e Leonardo Cunha Lima.

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Futebol de Praia: Carioca 2016 em Copacabana (por Paulo-Roberto Andel)

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No sábado passado, 16/04, o PANORAMA DO FUTEBOL registrou cenas de mais uma rodada do Campeonato Carioca de Futebol de Praia, na modalidade 11.

Imagens dos jogos Bairro Peixoto x São Clemente (aspirantes) e Juventus x Copaleme (aspirantes e amadores) – este, com destaque para a homenagem aos 60 anos do clássico, realizada antes da partida de fundo. E mais um trecho de “Craques da areia”, com o depoimento de Marcelo Bueno, tricampeão mundial pela Seleção Brasileira de Beach Soccer.

O PANORAMA apoia e defende a ampla estruturação do futebol de praia em investimentos e divulgação; um dos esportes mais tradicionais do Rio de Janeiro, posteriormente espalhado pelo Brasil e pelo mundo, merece mais atenção dos cariocas.


Uma produção Silvio Almeida Filmes

Direção: Paulo-Roberto Andel

Trilha sonora: “Jazz Carnival”, Azymuth

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O destino do America (por Paulo-Roberto Andel)

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Rebaixado ontem pela terceira vez à série B do Campeonato Carioca em menos de dez anos, o America infelizmente deixa dúvidas quanto ao seu futuro.

Segundo time de considerável parcela dos torcedores cariocas, com uma bela história, aos poucos, o importante clube foi dando passos rumo ao ostracismo a partir dos anos 1980. Bem verdade que o alijamento à caneta do campeonato brasileiro de 1987 contou muito neste sentido, mas não foi o único fator. As sucessivas diásporas com a mudança dos campos, a falta de verba, as dívidas e o descaso ajudam a explicar o processo.

A decomposição foi avançando, a torcida fanática foi encolhendo de tamenho e um dos orgulhos da cidade foi ficando de lado.

Que o America pode voltar ao cenário local da primeira divisão estadual, é fato.

Resta saber se, um dia, ele poderá retomar sua posição de grande clube do futebol brasileiro e símbolo do Rio de Janeiro.

Num domingo tão deprimente para o país, a terceira queda do simpático Diabo parece infelizmente fazer sentido.

Fica a torcida para que a recuperação aconteça, por mais difícil que seja.

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@pauloandel

Futebol de praia na enseada de Botafogo (por Paulo-Roberto Andel)

No sábado passado, 09/04, o PANORAMA DO FUTEBOL registrou imagens dos jogos entre o Força e Saúde e o São Clemente, nas categorias Aspirante e Amador, válidos pela segunda rodada do Campeonato Carioca de Futebol de Praia 2016.

Num cenário belíssimo, dos maiores cartões postais do mundo – a praia de Botafogo tendo o Pão de Açúcar e a Urca ao fundo.

Nos Aspirantes, empate em 1 a 1. Nos Amadores, o Força venceu por 2 a 0.

O futebol de praia é uma das grandes expressões do esporte litorâneo no Brasil, sendo praticado há décadas (desde os anos 1950) e tendo como berço a praia de Copacabana, tendo fornecido vários craques para os gramados, como o goleiro Renato (Atlético Mineiro, Seleção Brasileira de 1974, Flamengo, Fluminense e Bahia), o zagueiro Edinho (Fluminense e Seleção Brasileira 1978-1982-1986), o lateral Júnior (Flamengo e Seleção Brasileira 1982-1986), o meia Paulo Cézar Caju (Campeão mundial em 1970, Copa de 1974 e diversos grandes clubes), dentre muitos outros.

Precisa ser valorizado à altura tanto em termos midiáticos quanto de estrutura.

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@pauloandel

 

Zó e Kel: gêmeos da bola (por Paulo-Roberto Andel)

Eles começaram a carreira no Serrano da Bahia, passaram pelo America e depois em diversos clubes.

Muitas vezes, jogaram juntos e, claro, isso dava motivo a várias histórias engraçadas sobre substituições e confusões.

O pai, fazendeiro, os via em campo com seu inseparável chapéu de vaqueiro.

Um deles teve uma passagem efêmera pelo Corinthians.

Os baianos Zó e Kel, irmãos gêmeos.

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@pauloandel

O primeiro patrocínio individual do futebol brasileiro (da Redação)

Em maio de 1985, a revista Placar noticiava o primeiro patrocínio individual do futebol brasileiro, conferido ao atleta Cezar Saccol, jogando no time do Internacional de Santa Maria, feito pela Coca-Cola na manga de sua camisa.

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Um OVNI sobre o Vasco, 1982 (da Redação)

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Seis de março de 1982.

Operário, de Campo Grande, e Vasco, disputam uma partida importante no Estádio Pedro Pedrossian, vulgo Morenão, na capital do Mato Grosso do Sul. Estádio lotado. Só mais uma de milhares partidas dos intermináveis campeonatos nacionais dos anos 70 e 80.

Mas um fato marcou o jogo. O estádio teria sido sobrevoado por um OVNI, fato testemunhado por milhares de pessoas, dentro e fora do estádio. Entre os presentes, vários jogadores de seleção brasileira. No time do Operário, começando a carreira, um certo Cocada, que conta nos vídeos abaixo o que viu. No Vasco, as declarações são dadas incrivelmente por… Rondinelli, que pouca gente lembra, mas atuou pelo Vasco em 1982.

Eu me lembrava desse fato e fui fazer a pesquisa, que me levou a estes vídeos abaixo. Descobri o documentário “O que era aquilo” que parece ser sobre o jogo em questão e a aparição do OVNI. Na verdade, aparentemente, o jogo foi só um gancho. O documentário acaba sendo sobre a destruição do futebol do Comercial e do Operário, este último time de muito sucesso nos anos 70, chegando a disputar a semifinal do campeonato brasileiro de 1977, perdendo para o depois campeão São Paulo. No gol, Manga. A derrota por 3 a 0 na 1a perna da semifinal, em São Paulo, é até hoje contestada pelos torcedores do Operário. Uma mariola pra quem adivinhar o juiz…

O documentário tem uma hora de duração e pode ser visto pelo link abaixo. Recomendo. Sugiro especial atenção para a senhora torcedora apaixonada do Operário e para as desatrosas intervenções do Editor do Globo Esporte, em trechos mais para o final do filme.

Links:

Ovni sobrevoa estadio do Morenão no MS, no jogo Operário-MS × Vasco da Gama.

http://www.magnettico.com.br/o-que-era-aquilo/

A tristeza do Bugre (por Paulo-Roberto Andel)

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Domingo de manhã, comecei a zapear os canais e então bati os olhos no futebol. O velho Guarani de guerra na briga da Segundona em São Paulo, numa decisão contra o Barretos – este, com seu uniforme de cores bolivianas que me remeteu ao Sampaio Correa.

Qualquer garoto em 1978 sabia a seguinte escalação: Neneca, Mauro, Gomes, Édson e Miranda; Zé Carlos, Renato e Zenon; Capitão, Careca e Bozó. Um timaço que bateu o Palmeiras naquele ano e se tornou o único campeão brasileiro do interior ao lado do Santos.

No ano de 1979, veio a Libertadores e os dois times alviverdes fizeram seus jogos da primeira fase contra os peruanos Alianza e Universitario de Lima. Partidas nas manhãs de domingo. Para mim, uma boa lembrança da juventude: volta e meia meu pai me dava dinheiro para comprar lasanha pronta num restaurante de Copacabana, a trattoria Torna, que ficava na rua Anita Garibaldi. Depois dos jogos, a deliciosa refeição tinha um sabor ainda mais acentuado, principalmente se depois a boa pedida fosse um jogo no Maracanã. O Bugre passou fácil pela primeira fase, com goleadas sobre o Palmeiras e o Universitario, vindo a cair nas semifinais (dois triangulares, onde os primeiros decidiam o título) e terminando em quarto lugar na maior competição de futebol da América.

O querido Guarani que depois seria semifinalista do Brasileiro em 1982 e vice-campeão em 1986. Pensem em nomes como Neto, Evair, Amoroso, Luizão e Edílson Capelinha: todos foram revelados no Brinco de Ouro da Princesa.

O tempo passou, o dinheiro acabou, as dívidas se acumularam, o estádio foi a leilão. Na Segundona também estavam – ou estão – a Portuguesa, o Marília, o Bragantino, o Juventus, próceres da gênese do futebol paulista.

O Barretos foi melhor e fez seus gols no segundo tempo. O resultado tirou o Guarani da fase final, onde serão decididas as vagas de acesso. Mais um ano de agonia, mais um domingo de tristeza, agravado por ser o dia seguinte ao aniversário de 105 anos do clube campineiro.

Penso naquela saborosa lasanha de 37 anos atrás. A mesada do meu pai. Zé Carlos, Renato e Zenon.

Outro dia mesmo, o Guarani era dos maiores; agora, suas chagas são carne viva.

O Brinco de Ouro da Princesa continua bonito, apesar de tudo. Mas tudo isso me remete aos sinais claros da decadência do nosso futebol.

O lugar do Bugre é em cima – ou, ao menos, deveria ser.

Imagem: Rodrigo Villalba

Joel Natalino Santana (por Zeh Augusto Catalano)

Foto: ASSOPHIS (Associação dos Pesquisadores e Historiadores do Santos F.C)
Foto: ASSOPHIS (Associação dos Pesquisadores e Historiadores do Santos F.C)

Tanto quanto carece de ídolos e craques em campo, o futebol precisa de personagens fora dele, sejam jornalistas ou técnicos. Com passagens em todos os clubes do Rio, Joel Santana é uma das poucas pessoas benquistas em todos os quatro grandes. E, como já se sabe, uma figuraça ímpar.

Morador de Copacabana, era fácil vê-lo semanalmente na Missa do Padre Zé Roberto, na Paróquia da Ressurreição, na Francisco Otaviano. Beque aposentado, seu quase metro e noventa se destacava uns 20 centímetros acima das velhinhas que o cercavam na Igreja. Sempre de óculos escuros. Figuraça.

Mas a história que conto não vem da Igreja do Posto Seis, mas da outra ponta da praia de Copacabana.

Também não é dessa entrevista eterna e clássica não.

Num fim de noite, em Copacabana, estava com minha mulher e uma amiga no Cervantes, boteco super tradicional especializado em sanduíches e chopp daqui do Rio. Lá pelas tantas, irrompe no recinto a figura. Sozinho, sentou-se de frente pra mim. O garçom veio, a conversa demorou um pouco além da conta. Joel apontava pra cima.

A única decoração do salão do cervantes era uma prateleira perto do teto, em toda a sua volta, quase uma sanca, onde jaziam em pé garrafas de vinho tinto barato. Sabe aquelas garrafas engorduradas, imundas, que não vêem um pano sequer há anos? Pois é.

O garçom se afastou e, minutos depois, voltou com uma escada. Eu tinha entendido certo. Joel havia pedido pra beber uma das garrafas da decoração da sala. Na época, não existiam essas mini adeguinhas. O garçom subiu e pegou uma por cima de uma mesa na qual não havia clientes. Na mesa, já preparado, um balde de gelo, saca-rolhas, taça e o indefectível pano de prato aguardavam o vinho. O garçom limpou a garrafa imunda com o pano, abriu-a e serviu um pouco do vinho na taça de Joel.

O vinho estava quase marrom. Âmbar, uma cor próxima de um doce de leite, rapadura. Aquilo estava cozido. Visivelmente estragado.

Joel cheirou, provou… e pra minha surpresa, gostou! O garçom completou a taça, deitou o vinho podre no balde de gelo e deixou Joel, solitário, degustando seu vinho.

Saímos de lá antes da garrafa acabar, infelizmente. Queria ter ficado para ver o que viria depois, mas minha mulher e a amiga não entenderam o momento sensacional que eu estava testemunhando. De qualquer maneira, já tinha a história pra contar.

Tomara que Joel volte logo à ativa. O futebol precisa de suas tiradas.

Flamengo x Vasco: o clássico em Brasília (por Thiago Constantino e Diogo Barreto)

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É esse o legado da Copa?

Como pode um estádio de Copa do Mundo, um dos três mais importantes do país, estar há 20 dias sem manutenção do gramado, sabendo que abrigaria o maior clássico do Rio de Janeiro?

Como pode um clássico da grandeza de Flamengo x Vasco ser realizado em uma quarta-feira à noite?

Como pode os dois melhores jogadores em campo serem estrangeiros?

Como pode Guerrero ser a estrela maior de uma nação?

Como pode Martin Silva ser reserva na seleção do Uruguai?

Como pode num jogo de tamanha tradição no cenário nacional faltar tanta inspiração e sobrar transpiração?

Ao menos na quarta, de volta à medíocre realidade do futebol brasileiro, sobrou transpiração. Porque, ainda sob os efeitos do clássico, continuamos a ver camisas solitárias, chuteiras sedentárias e cabeças milionárias. O único a enxergar diferente disso foi o nosso comandante. Mas se todos nós não estamos certos, ao menos nos resta entender o célebre Nelson Rodrigues com sua unanimidade burra.

Do Flamengo, ressalto novamente a transpiração. Pode ser que o ano tenha começado, pode ser pelo fim do cansaço, medo da torcida ou porque o adversário era o Vasco.

Ainda diria que o Rubro-Negro esteve mais de perto de vencer e pôr fim à incômoda série de insucessos diante do rival, mas esbarrou na ótima atuação do goleiro Martín Silva, que salvou o Cruz-Maltino algumas vezes na partida. Também para pôr fim à crise instalada e conseguir se manter na briga pela classificação, só resta ao Flamengo vencer o Botafogo no sábado. O gol já voltou, mas as vitórias… aguardem as cenas dos próximos capítulos…

O Vasco não jogou bem, tentou controlar o jogo e explorar os contra-ataques; foi punido pela sua postura em campo mas logo se redimiu, manteve a liderança e a invencibilidade no campeonato.

@diogobarreto1

Imagem: Agência Estado