Brasileirão 2023 x 2012 (por Robertinho Silva)

O Brasileirão de 2012, edição vencida pelo Fluminense, foi um certame marcado por grandes nomes. Muitos craques renomados mundialmente disputaram esta edição. Ronaldinho Gaúcho no Galo, Neymar no Santos, Deco e Fred no Fluminense, Juninho Pernambucano no Vasco, Seedorf no Botafogo, Diego Forlan no Internacional.

O Grêmio tinha Elano e Zé Roberto na meia. O O São Paulo tinha os jovens Lucas Moura e Casemiro. O Timão tinha Paulinho, o Cruzeiro tinha Walter Montillo, o Flamengo tinha Vagner Love, o Palmeiras tinha Marcos Assunção. Grandes nomes que fizeram história no mundo da bola, e que deram um tempero especial ao futebol brasileiro.

A temporada de 2012 foi recheada de grandes partidas. Grandes nomes e equipes que abrilhantaram o espetáculo. Porém, ao longo dos anos, isso foi diminuindo, por fruto de más gestões nos clubes e desequilíbrio econômico.

Vivemos um período de declínio em nível de competitividade. Um Brasileirão de cartas marcadas, onde antes da bola rolar, já sabíamos quem seria o campeão.

Anos depois de ter várias estrelas disputando o campeonato Brasileiro, o cenário se repete. A expectativa para a Série A aumenta cada vez mais, uma vez que grandes nomes que já fizeram história no futebol mundial jogam por aqui.

Temos Marcelo no Fluminense, Luís Suarez no Grêmio, Hulk no Galo, Renato Augusto no Corinthians, Charles Aranguiz e Enner Valência no Inter, Fernandinho no Athlético, Dudu no Palmeiras, Arrascaeta no Flamengo, Tiquinho Soares e Marçal no Botafogo, mais a mais recente contratação James Rodríguez no São Paulo.

É natural que surjam comparações entre 2023 e 2012. Apesar de Palmeiras e Flamengo terem dominado o cenário nacional nos últimos anos, com o Galo quebrando a hegemonia em 2021 vindo logo atrás, é possível se acreditar que o campeonato esteja retomando o equilíbrio técnico.

A chegada de dinheiro novo nos clubes e a mudança de modelo de gestão fazem com que tenhamos elencos mais robustos e grandes nomes, o que fortalece quem deseja desafiar a hegemonia de Verdão e Fla.

A tendência é que tenhamos um campeonato nivelado pra cima na parte técnica, e esses nomes sendo diferencial para as equipes. Óbvio, que vários deles não estão mais no auge da carreira, mas poderemos ver lampejos do que vimos de muitos deles na Europa em solo brasileiro.

Além desses grandes nomes, equipes intermediárias muito bem administradas, que vêm de temporadas sólidas. Equipes que conseguem fazer com que apostas se consolidem no mercado da bola, além de ter um bom trabalho na base.

Elementos muito bons para o futebol brasileiro retomar seu protagonismo.

O Fortaleza embalou! (por Robertinho Silva)

O Fortaleza está embalado e está com 100% de aproveitamento no returno. Com cinco vitórias consecutivas e seis jogos sem perder, o Leão do Pici abandonou a lanterna, e já é o 12.º colocado no campeonato com 30 pontos.

O Tricolor Cearense conseguiu uma importante vitória por 1 a 0 contra o São Paulo no Morumbi. Se Capixaba fez o gol, por outro lado, o grande nome da partida foi o goleiro Fernando Miguel, que teve atuação de gala fechando o gol. O arqueiro fez sete defesas na partida, sendo quatro delas espetaculares.

Fernando Miguel disputou sua sétima partida no Brasileirão e não sofreu nenhum gol. São 691 minutos sem ter a sua rede balançada no campeonato. O Fortaleza vai se distanciando da luta contra o rebaixamento, faz uma campanha de recuperação incrível neste certame. Pode até sonhar com uma vaga na Libertadores.

Vale destacar; o Fortaleza paga pelo preço do próprio sucesso. Com receitas e elenco médios, os cearenses resolveram focar nas Copas, e por isso, jogou algumas partidas do Brasileirão com time inteiramente reserva ou misto. Acabou passando por um período na lanterna do campeonato. Mesmo assim, por diversas vezes, o time do técnico Vojvoda jogou bem, mas o resultado não foi o esperado. O time mostrava sinais de reação, faltava apenas um pouco mais de sorte.

Neste momento, a chave virou: o Fortaleza vive um momento de retomada no Brasileiro. Dá pra se dizer que o Leão se arriscou de forma “calculada”, fez uma excelente participação em sua primeira vez na Libertadores, e apesar dos pontos desperdiçados no campeonato, faz uma excelente campanha de recuperação neste segundo turno. Na Copa do Brasil, foi eliminado pelo Fluminense nas quartas, mas fez um jogo duríssimo, deixando uma sensação de orgulho no seu torcedor.

O presidente Marcelo Paz já deixou clara a intenção da permanência de Juan Pablo Vojvoda para 2023. Para mim, o argentino é um dos pilares desse projeto lindo que vem fazendo o Fortaleza. Não sei se o Fortaleza conseguirá novamente a vaga pra Libertadores, se vai jogar a Sul-americana, mas o Leão do Pici para mim já é um grande campeão. O campeão da emoção!

Dinizismo assina supremacia tricolor (por Robertinho Silva)

Os números estatísticos da partida entre Fluminense e Botafogo comprovam a superioridade tricolor. A equipe comandada por Fernando Diniz teve mais posse, finalizou mais vezes sem se preocupar com os riscos que a postura ofensiva poderia oferecer. O Botafogo recheado de desfalques adotou uma postura mais defensiva, postura também adotada por outros clubes (América Mineiro, Juventude e Flamengo) sem muito sucesso. Isso porquê o Time de Guerreiros conseguiu encontrar espaços na defesa do time do português Luís Castro, que adotou um 5-4-1.

O Time de Guerreiros fez uma partida muito próxima da perfeição. Preencheu bem os espaços, jogou com intensidade, marcou no campo de ataque, fez um jogo vertical e de muita aproximação entre os setores. Um verdadeiro nó tático. O herói deste domingo foi o zagueiro Manoel.

Na humilde opinião deste que vos escreve, o Botafogo tentou jogar mais recuado, preencher os espaços entre as linhas, e apostava em uma transição rápida para surpreender o adversário. A ideia inicial até era boa, mas na prática, esbarrou nos expressivos méritos do Fluminense, que executou muito bem a ocupação de espaço, na pressão ofensiva e na recomposição defensiva.

O Fluminense assumiu os riscos dessa postura mais agressiva, diante de um oponente que saiu fortalecido de uma situação muito mais controversa na rodada passada diante do Internacional. O “Dinizismo” é 8 ou 80. Com certeza em algum momento fez o coração do torcedor acelerar e quase ter um infarto naquelas saídas de bola perigosíssimas. Porém, já fez o torcedor abrir um largo sorriso quando a jogada foi bem executada, vide a jogada que resultou em gol contra o Palmeiras no Allianz Parque.

As ressalvas que alguns da crônica esportiva especializada tinham com relação a Diniz, muito era por conta dos resultados. As boas ideias do técnico, nunca foram condizentes com os resultados. Em 2019, o treinador deixou o Fluminense perto da zona do rebaixamento no Brasileiro. O torcedor tricolor se cansou de ver, um time com 90% de posse, 30 finalizações, e a derrota no final.

Acredito que o que mudou foi que agora o treinador consegue ser ofensivo e ter um pouco mais de equilíbrio e consistência. O Fluminense joga em um 4-2-3-1, com saída de bola bem construída, tendo como ponto alto a aproximação entre os jogadores. Um jogo posicional, físico e de muita obediência tática. As melhores chances do Tricolor carioca surgiram nos momentos em que todo o time se aproximou do setor onde estava a bola e deu opção de passe para quem estava com ela.

O Botafogo teve raras oportunidades de contragolpe no jogo. O lado esquerdo tricolor ainda tem uma certa fragilidade, visto Caio Paulista ter muita vocação ofensiva, atua quase como um ponta, e por ali acaba surgindo espaços pro adversário. Não foi por acaso que a chance mais clara de gol do escrete de Luís Castro surgiu justamente de uma bola longa no lado direito de ataque. Fato é que o Glorioso tinha superioridade numérica no ataque, mas não conseguiu usar esse ponto a seu favor.

As entradas de John Kennedy e Matheus Martins nas vagas de German Cano e Ganso deram mais mobilidade ao Fluminense. O gol saiu aos 36 minutos do segundo tempo pelo zagueiro Manoel, que recebeu passe de Caio Paulista após lançamento primoroso do volante André

A sensação que o Tricolor sai de campo é que o resultado poderia ter sido maior, dado o volume de jogo que teve. Diniz tem participação efetiva no excelente rendimento do meia Nonato, e na grande atuação de Jhon Árias. Como se afinaram no meio de campo Ganso e Gustavo Nonato na meia cancha. Vale destacar também a atuação de Luiz Henrique. A despedida do camisa 11 do Fluminense teve mais uma vitória e mais uma boa apresentação da jovem promessa no Brasileirão. Diniz recuperou o sorriso desse garoto, e o jovem sairá pela porta da frente, deixando saudade nos corações tricolores.

Foto: Vitor Silva/BFR

A confusão às vésperas do Brasileiro de 1987 (da Redação)

A poucos dias do início da Copa União, guerra entre os clubes: o alijado Bangu, através de Castor de Andrade (ele mesmo!) entraria com uma ação na Justiça para embargar a competição.

SOBRE CASTOR DE ANDRADE

LIVRO SOBRE CASTOR DE ANDRADE

Tempos de OPG, CBF e… tabelas (da Redação)

Em plena efervescência em 18/08/1987, o futebol brasileiro ainda discutia seu campeonato que começaria em pouquíssimo tempo. Curiosamente, numa reunião com o Ministro da Educação… enquanto o Clube dos 13 batia no peito e divulgava a tabela da competição que iria fazer por conta própria.

O presidente da CBF era o eterno cartola Otávio Pinto Guimarães, tendo como seu vice o inenarrável Nabi Abi Chedid.

E ainda uma crônica sempre esperta do gênio João Saldanha sobre a importância dos clássicos no futebol do Brasil.

Campo Grande, campeão da Taça de Prata de 1982 (da Redação)

Era tudo muito diferente há 35 anos atrás. As séries A e B do campeonato brasileiro eram interligadas, de modo que dois times tinham acesso direto no mesmo ano, através da disputa por fases. Quem não subia para a Taça de Ouro tinha a chance de vencer a Taça de Prata, e o Campo Grande a conquistou de forma gloriosa. Foi o último título do clube, que hoje luta pela sobrevivência.

Neste 13 de junho o Campo Grande completa exatos 77 anos. Que venham muitos outros pela frente,

Da página Memórias do Futebol Carioca, reproduzimos a publicação abaixo:

Títulos Inesquecíveis – Campo Grande, campeão da Taça de Prata de 1982. Pedido feito por: Igor Lima.

O Campo Grande, pequeno e tradicional clube do Rio de Janeiro, sagrou-se campeão da 3ª edição da Taça de Prata (a 5ª edição do Campeonato Brasileiro da 2ª Divisão) em 1982, o seu maior título conquistado até hoje.

Esta edição teve a participação de 48 equipes de todo o país, que totalizaram 362 gols em 133 jogos, com uma média de 2,72 gols por partida. O torneio concedia 4 vagas aos vencedores da 2ª fase para a série A do mesmo ano (a Taça de Ouro), onde subiram o América-RJ, o Atlético-PR, o Corinthians-SP, e o São Paulo-RS, que por isto mesmo não participaram das fases finais desta competição.

Os 4 cariocas que disputaram o torneio:

• América F.C.
• Volta Redonda F.C.
• Campo Grande A.C.
• Americano F.C. (Olaria A.C., que havia se classificado na Taça de Bronze de 1981, teve que ceder a sua vaga ao time de Campos por ter sido rebaixado no Campeonato Carioca de 1981)

Nesta época, o Campusca vivia uma de suas melhores fases, com os bailes e as piscinas sempre cheias, assim como a arquibancada do estádio Ítalo del Cima. Inaugurado em abril de 1960, o maior patrimônio do Galo da Zona Oeste, como também é chamado, foi construído em um terreno doado pela família Del Cima. A decisão da Taça de Prata, em abril de 1982, contra o CSA de Alagoas, marcou a história do estádio. O time havia perdido o primeiro jogo, em Maceió, por 4 a 3, e vencido o segundo, em casa, por 2 a 1. Assim, houve a necessidade de uma terceira partida, e, por ter a melhor campanha, o Alvinegro voltou a jogar em seus domínios. E desta vez, diante de 16.842 torcedores, não deixou dúvidas de que merecia a faixa de campeão ao golear o rival por 3 a 0 e encerrar a competição com 78% de aproveitamento, obtidos com 11 vitórias, três empates e apenas duas derrotas em 16 jogos. Décio Esteves comandou o time na conquista.

O time-base era formado pelos seguintes jogadores: Ronaldo, Marinho, Pirulito, Mauro e Ramírez; Serginho, Lulinha e Pingo; Tuchê, Luisinho das Arábias e Luís Paulo. O artilheiro da competição foi Luisinho das Arábias, do Campo Grande, com 10 gols. Além disso, vale frisar que o Campo Grande teve o melhor ataque da competição, com 39 gols.

Estatísticas do Campo Grande:

• 16 Jogos
• 11 Vitórias
• 3 Empates
• 2 Derrotas
• 39 Gols Pró
• 13 Gols Sofridos

Campanha:

1ª Fase
24/01, Campo Grande 2×0 Americano (Ítalo del Cima)
28/01, Campo Grande 3×0 Portuguesa (Ítalo del Cima)
31/01, Uberaba 1×1 Campo Grande (João Guido)
03/02, América-MG 0x2 Campo Grande (Independência)
07/02, Campo Grande 3×1 Comercial-MS (Ítalo del Cima)

2ª Fase
17/02, Campo Grande 2×2 Volta Redonda (Ítalo del Cima)
20/02, Atlético-PR 2×1 Campo Grande (Couto Pereira)

Oitavas-de-Final
27/02, Goiás 0x0 Campo Grande (Serra Dourada)
06/03, Campo Grande 4×0 Goiás (Ítalo del Cima)

Quartas-de-Final
14/03, River-PI 2×3 Campo Grande (Albertão)
20/03, Campo Grande 4×0 River-PI (Ítalo del Cima)

Semifinais
28/03, Campo Grande 4×0 Uberaba (Ítalo del Cima)
04/04, Uberaba 0x2 Campo Grande (João Guido)

Finais
11/04, CSA 4×3 Campo Grande (Rei Pelé)
18/04, Campo Grande 2×1 CSA (Ítalo del Cima)
20/04, Campo Grande 3×0 CSA (Ítalo del Cima)

Dados sobre o última partida:

Data: 25/04/1982
Local: Estádio Ítalo Del Cima (Campo Grande AC)
Ãrbitro: Airton Domingos Bernardoni (RS)
Auxiliares: Valdir Luís Louruz (RS) e Sílvio Luís de Oliveira (RS)
Cartões amarelos: Luisinho (CGAC), Américo e Jerônimo (CSA)
Renda: Cr$ 4.858.200,00
Público: 15.567 pagantes

Campo Grande: Ronaldo; Marinho, Pirulito, Mauro e Ramírez; Serginho, Lulinha, Pingo (Aílton); Tuchê, Luisinho e Luís Paulo; Técnico: Décio Esteves

CSA: Joseli; Flávio, Jerônimo, Fernando e Zezinho; Ademir, Zé Carlos (Josenílton), Veiga; Américo (Freitas), Dentinho e Mug; Técnico: Jorge Vasconcellos

Gols: Luisinho aos 30′ e 60′ e Lulinha aos 44′

Mais informações sobre a competição aqui:

http://www.rsssfbrasil.com/tablesae/br1982l2.htm (em inglês)

Foto: Equipe do Campo Grande, campeã da Taça de Prata de 1982.

Acervo: http://anotandofutbol.blogspot.com.br/. Fontes: Globoesporte.com, Wikipédia, http://colunasports.blogspot.com.br/, http://campograndeac.no.comunidades.net/ e http://www.bolanaarea.com/.

@campuscaoficial

Flamengo x Palmeiras: dois jogaços em 1979 e 1980 (da Redação)

flamengo-palmeiras-1979

Dois jogos, duas goleadas, dois grandes momentos no Maracanã.

Em 1979, pelas quartas de final do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras bateu o Flamengo por 4 a 1 no então maior estádio do mundo, lotadíssimo.

No ano seguinte, 1980, o troco rubro-negro: 6 a 2 sobre o Verdão. Vários jogadores atuaram nos dois jogos e viveram céus e infernos do futebol.

Em 1979, o Palmeiras chegaria até as semifinais da competição, sendo eliminado pelo Internacional de Porto Alegre. Já em 1980, o Flamengo conquistaria seu primeiro título brasileiro.