Os 24 anos do Gol Monumental (por Robertinho Silva)

O dia 22 de julho é mais que especial para todo torcedor vascaíno. Há exatos 24 anos, Juninho marcava um gol que virou música. Um gol tão marcante, a ponto de ser o mais lembrado daquela conquista da Libertadores. Nem os quatro gols marcados na final da competição, contra o Barcelona do Equador, recebem tanto destaque quanto o de Juninho contra o River Plate.

O Vasco começou aquela Libertadores de 1998 de forma claudicante. Passou da primeira fase de forma conturbada, conquistando a vaga na segunda colocação. Já nas oitavas de final, um adversário duríssimo: o Cruzeiro, atual campeão, na penúltima vez em que o regulamento previa que o atual campeão já entrasse direto na segunda fase. O Vasco venceu por 2 a 1 em São Januário e empatou por 0 a 0 em Belo Horizonte. A seguir, nas quartas o Cruz-maltino enfrentou o Grêmio, adversário que já tinha enfrentado na fase de grupos. Empate heroico por 1 a 1 em Porto Alegre no jogo de ida, e vitória por 2 a 0 no jogo da volta.

Veio então a semifinal. Vasco e River Plate se enfrentariam em uma espécie de final antecipada da Libertadores. No jogo de ida em São Januário, o Vasco sabia que teria que fazer uma boa vantagem sobre a excelente equipe do River Plate, que ainda contava em seu plantel com a base do time que fora campeão da Libertadores em 1996. O Gigante da Colina demonstrou sua força. Em um São Januário abarrotado de gente, fez 1 a 0 com Donizete Pantera logo aos 10 minutos de partida e decretou a vitória brasileira no primeiro confronto. Era pouco? Sim, era. Mas o time teria a vantagem do empate no jogo de volta em Buenos Aires.

No jogo da volta, o River começou na pressão. O time argentino fez 1 a 0 com Juan Pablo Sorín de cabeça, ainda na primeira etapa, após cobrança de falta de Marcelo Gallardo. A partir daí,o River se animou e tentou de todas as formas o segundo gol, visando obter a classificação ainda no tempo normal.

Mas aí, Juninho Pernambucano entrou em campo na segunda etapa. O Vasco perdia por 1 a 0. Surge uma falta para o time brasileiro cometida por Montserrat em cima de Vagner aos 37 minutos. Posição preferida de Juninho. Ele se preparou para a batida. O goleiro Burgos armou a barreira. Juninho partiu… Bateu… E gol! Golaço! Pintura, poseia! Era o gol de empate e da classificação vascaína na épica batalha diante do River. O Gigante da Colina mostrou sua força e calou o Monumental na base da raça e do coração. E de quebra, eliminou o terceiro campeão continental recente, afinal, além do River (Campeão de 96), eliminou Cruzeiro (campeão de 1997) e Grêmio (Campeão de 1995).

O golaço de Juninho sacramentou a vaga e abriu o caminho para a conquista da Glória Eterna. Um momento marcante, épico, que deu mais moral para o Gigante da Colina erguer o troféu continental diante do Barcelona de Guayaquil.

Não à toa, este gol espetacular virou cântico da torcida vascaína.

Os golaços que não decidiram (por Paulo-Roberto Andel)

Cinco grandes gols de partidas decisivas, marcados pelos times que não foram campeões nas ocasiões, mas deixaram suas marcar eternas para o imaginário estético do futebol.

Ézio, em 1991, na final do Campeonato Carioca contra o Flamengo, que venceu por 4 a 2.

 

Pita, pelo Santos, na primeira partida da final do Campeonato Brasileiro de 1983, sendo 1 a 0 para o Santos na primeira parta e 3 a 0 Flamengo (campeão) na segunda

 

Henrique, pelo Figueirense, na primeira partida da final da Copa do Brasil de 2007, vencida pelo Fluminense depois de 1 a 1 no primeiro jogo e vitória tricolor por 1 a 0 no segundo

 

Mandzukic, pela Juventus, na final da Champions League de 2017, vencida pelo Real Madrid por 4 a 1

 

Neto, pelo Guarani, na primeira partida da final do Campeonato Paulista de 1988, vencido pelo Corinthians (1 a 1 no primeiro jogo e 1 a 0 Timão, na prorrogação da segunda partida)