São Cristóvão F.R., 90 anos da conquista de 1926 (da Redação)

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Único time do mundo a ter um uniforme exclusivamente branco, dono do primeiro estádio de futebol construído no Rio de Janeiro e berço do futebol de grandes jogadores que inclusive disputaram Copas do Mundo, o São Cristóvão completou 90 anos ontem da conquista do campeonato carioca de 1926. Nas últimas décadas, assim como tantas outras equipes tradicionais do Rio e do Brasil, sobrevive com imensas dificuldades e absolutamente desprezado pelos meios de comunicação.

O Club de Regatas São Cristóvão foi fundado em 12 de outubro de 1898, para depois se fundir com em 13 de outubro de 1943 com o clube de futebol, este fundado em 5 de julho de 1909.

Nos últimos 35 anos, o popular São Cri Cri teve brilhos efêmeros, como o da cooperativa de jogadores em 1983, contando com nomes como os do goleiro Nielsen, o lateral Orlando Lelé, o zagueiro Jaime, o lateral Rodrigues Ne­to, mais os atacantes Gil, Rui Rei, Nilson Dias e Edu – um time com muitos jogadores de categoria, mas veteranos. A revelação de Ronaldo Fenômeno, que viria a se tornar um dos grandes atacantes do futebol mundial. O surgimento de Valber, zagueiro que defendeu diversos clubes do Brasil e chegou à Seleção Brasileira.

Matéria do UOL sobre os 90 anos do título de 1926.

Matéria de O Globo sobre os 100 anos do estádio de Figueira de Melo.

 

O Caso Campos: um artilheiro à própria sorte (da Redação)

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O primeiro caso comprovado de doping no futebol brasileiro aconteceu em 1973, numa partida entre o Atlético Mineiro e o Vasco da Gama, com o atacante Cosme da Silva Campos, uma das grandes promessas dos gramados daquele tempo. O episódio teve repercussão nacional, principalmente por conta da hipocrisia que sempre cercou o tema, ainda mais em tempos de ditadura. Recuperado meses depois, Campos voltou a jogar, mas perdeu a guinada que poderia ter dado em sua carreira.

Em detalhada reportagem da revista Placar, todo o caso é apresentado por Arthur Ferreira, o saudoso Raul Quadros e o decano José Trajano, além de uma entrevista com Campos feita em 2012 por alunos de Jornalismo do Centro Universitário UNA.

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Ainda sobre Campos, no BLOG DE MILTON NEVES

Marcelo, um goleiro (da Redação)

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Quinta-feira, 27 de agosto de 1964.

Não era uma época das mais fáceis no Brasil, mas o futebol era uma espécie de alívio para a vida sofrida de milhões de torcedores.

O Maracanã, palco maior do futebol mundial, recebia Flamengo e Vasco para o eterno clássico, por ocasião da décima rodada do campeonato carioca de futebol daquele ano.

Horário tradicional das 21 horas e 15 minutos.

Uma data marcante para Marcelo, o então goleiro da equipe vascaína, jovem de 24 anos que prometia fechar o gol da Colina, já com a bagagem de ter jogado pelos times  do Yuracan de Itajubá, São Paulo, Palmeiras, Ferroviário de Botucatu e Bonsucesso.

O resultado da partida teve efeito completamente oposto.

O goleiro acabou levando dois gols da intermediária, um deles num lance que parecia muito fácil, marcados por dois craques do Flamengo: os meio-campistas Carlinhos e Nelsinho.

No caminho do vestiário, Marcelo decidiu que nunca mais vestiria a camisa do Vasco da Gama ou de qualquer outro time. A partida se encerrou com o placar de 2 a 1 para o Rubro-Negro.

Ao final do primeiro tempo, o goleiro já havia se desentendido com o treinador Eli do Amparo, que o havia acusado de falhar no gol do empate do Flamengo, feito por Carlinhos. Os dois precisaram ser contidos pelos companheiros para não brigarem no vestiário.

Mas quem disse que só Marcelo sofria em campo? O próprio árbitro da partida chegou a desistir de arbitrar, alegando falta de condições emocionais (vide matéria abaixo), com a partida sendo paralisada e retomada.

Após o segundo gol, marcado por Nelsinho, craque da Gávea, quase do meio de campo no primeiro minuto do segundo tempo, Marcelo alegou não ter mais condições emocionais de prosseguir jogando. Depois de mais de 15 minutos de paralisação do jogo, com atletas dos dois times pedindo para que reconsiderasse a decisão, Marcelo se manteve irredutível.

O goleiro deixou o gramado aplaudido de pé por mais de 90 mil pessoas. Após esta partida, encerrou a carreira.

Em depoimento ao canal ESPN, disse Marcelo:

“Eu bati o tiro de meta a bola atravessou, o Célio deu uma cabeçada, o Nelsinho matou no peito, veio andando e chutou de longe. Eu fui abaixar pra pegar, a bola bateu no chão, bateu no meu braço e entrou. Ela nem chegou ao fundo da rede. Entrei no vestiário e quem estava me esperando era o goleiro Barbosa. Ela me disse: ‘garoto, levante a cabeça porque o que aconteceu comigo foi pior do que o aconteceu contigo’”.

À época gerou inúmeras crônicas publicadas por jornais e revistas, uma delas escrita por Dom Marcos Barbosa (monge e cronista que se tornaria imortal da Academia Brasileira de Letras em 1980), intitulada “Uma Rosa do Povo”, onde fazia uma comparação entre o goleiro e o senador americano Bob Kennedy, bastante aplaudido em um encontro nos EUA durante a campanha presidencial. Marcelo emoldurou esta crônica

No ano de 1970, ao se formar em Engenharia, Marcelo convidou Barbosa pessoalmente para prestigiar a entrega do diploma. O encontro acabou gerando inspiração ao imortal, que tempos depois escreveu outra crônica batizada como “Uma Crônica no Quadro”.

Depois do futebol, Marcelo aposentou-se como engenheiro, tendo trabalhado por 25 anos na IBM.

O Fluminense foi o campeão carioca de 1964.

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João Saldanha, 1986, Roda Vida (da Redação)

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Onde tinha João Saldanha, tinha também reflexão, humor e causos imperdíveis. É o caso desta entrevista ao programa Roda Viva, dividido em três blocos, da TV Cultura no ano de 1986. Aqui, apresentamos o segundo. Os outros dois podem ser encontrados com facilidade no YouTube. Para os mais jovens, é divertido ver o apresentador Marcelo Rezende ainda como jornalista esportivo na bancada.

Tática, técnica, as Feras do Saldanha, a Democracia Corinthiana, a incrível história do tiro no goleiro Manga, homossexualidade no futebol e muito mais.