Meu sobrinho santista (por Lello Di Sarno)

Estava com três sobrinhos na praia e decidimos comprar um pipa pra cada um.

Primeira aula: um pipa. UM pipa. Nesse caso, três Maranhão.

A Bibi pediu uma de águia bem cabulosa. Ela é mesmo uma guria de rapina e voa. O Cuca escolheu a dele e o vendedor disse que era “de menina”. Eu sou daltônico, então não entendi a frase do amigo, até meu irmão intervir e dizer que isso era babaquice e comprar a rosa pro filho dele. Eu não enxergo mas admiro essa cor que estimula próstatas ou pior… Nem dá esse prazer pros babaca…

E meu sobrinho mais novo e muito meu chegado gostou da que tinha o brasão do time local. Sabia do que se tratava e mesmo assim escolheu. Eu mostrei a contradição mas não vetei. Ele pegou outra e saiu correndo. Mas aquilo ficou nas nossas ideias. Amor a gente não escolhe. E esse mulecote leva maior jeito pra lambari mesmo…

Passou o tempo e a hora que eu esperava chegou. Ele decidiu pelo Peixe. Confesso que foi mais uma das suas lições. E aí, Tio Lello? Você, que tem o futebol como algo tão importante na vida. Que tem seu time como algo mais importante ainda.

Confesso que nunca imaginei tal situação.

Confesso que fiquei emocionado ao ver o primeiro contato de uma criança com aquele que pode ser um amor pra toda a vida. Assim, encontrado através de uma pipa. Ando meio orgulhoso de mim. Somos pessoas em construção.

E como posso negar esse momento dele? Outrora eu sabotaria? E com um filho… E se a opção fosse por um dos outros dois times rivais?

Não sei como seria…

Pensei em argumentar mas não vi como fazer isso sem ser desonesto. Minha relação com meu time é totalmente pessoal e arbitrária. Tudo de indiscutivel, absoluto e colossal que ele tem é assim quando visto por mim. E amor a gente não escolhe. Sentimento não se compra na farmácia. Não há glória, história, pressão externa ou manto sagrado que possa ficar entre uma criança e o rumo do seu coração. Sendo assim. Não posso mentir pro meu sobrinho. O MEU VERDE É O MEU VERDE PORQUE É O “MEU” VERDE.

Ele é e sempre será assim PRA MIM.

Ele sabe que o Palmeiras anda ganhando tudo. Não sabe que até ter o dobro da sua idade eu nunca tinha visto um título e nem sabia se ia ver.

Não é disso que se trata.

Paciência, mulecote!

Admiro sua sensibilidade em reconhecer o encontro. Se decidiu ser freguês, vou defender seu mau gosto até o fim!

Um dia te conto sobre o Camanducaia.

Te amo.

Um Kichute há 2.200 domingos (por Paulo-Roberto Andel)

(Lembrança de uma noite de 1979)

Domingo, fim de noite, meus pais estão dormindo e estou vendo a TV com o som bem baixinho para não acordá-los. Estou esperando os Gols do Fantástico para dormir.

Tenho um plano grandioso para esta semana, que vai exigir um sacrifício. Se eu não comprar nenhum botão, nenhum pacote de Futebol Cards e economizar o dinheiro dos lanches de terça a sexta-feira, finalmente vou poder comprar meu Kichute. Imagina poder jogar com ele já no fim de semana na vila? É um sonho.

Há muito tempo eu vejo o Kichute na vitrine da Casa Orensana, que fica aqui perto, aos pés da Ladeira dos Tabajaras. Ele é muito bonito. Só de colocar nos pés, você se sente um jogador de futebol de verdade. Eu não coloquei ainda, mas tenho certeza disso. A gente sente. Mal vejo a hora de estrear. Quando vejo a propaganda na TV ou nas revistas, me sinto o Edinho em campo, ou o Miranda. Ou um becão que nem Abel ou Rondinelli.

Quando você olha o Kichute de lado na vitrine, ele tem as travas iguaizinhas às da chuteira, e é todo preto também. Já pensou se tivesse uma mágica em que, ao calçar o Kichute você vá parar no túnel do vestiário do Maracanã, pronto para subir a escada e ver a multidão soltando fogos, enquanto chega ao gramado? Meu coração bate mais forte só de pensar nisso.

Eu sei que não vai ser fácil ficar uma semana sem lanche nem Futebol Cards, também sem nenhum reforço para o meu time de botão, mas eu não posso perder essa oportunidade. Jogar de Kichute é igual a aparecer nos gols do Fantástico ou na reprise da TVE, ou ainda no Bola na Mesa da Bandeirantes – Paulo Stein, Márcio Guedes, Alberto Léo e José Roberto Tedesco, está certinho?

E se o Kichute me fizer jogar no Maracanã e fazer um gol? Meu Deus, não sei o que dizer. Chega logo, sexta-feira, para eu comprar na Orensana. É a hora de virar um craque! Meu pai vai ficar bem orgulhoso de mim.

@pauloandel

Altinho, altinha, celebração do futebol

Antigamente era altinho. O pessoal brincava antes de qualquer pelada, em qualquer lugar. O único objetivo era manter a bola no ar, numa espécie de frescobol coletivo – outro esporte solidário, sem vencedor ou vencido.

Na praia, o altinho se consagrou. Às vezes durava mais do que a própria pelada em si. Nos velhos tempos do futebol de praia em Copacabana, enquanto os dois times disputavam a peleja, atrás do gol ficava a turma na disputa de equilibro: a bola era a peteca e não podia cair. Ainda que seja uma prática muito ligada à praia, não é exagero dizer que o altinho fez parte da imensa faculdade de formação de boleiros Brasil afora, aprimorando o domínio de bola dos craques, outrora players.

O tempo passou, as garotas aderiram à prática trazendo ainda mais graça e beleza ao jogo, o altinho virou altinha – que valham as duas formas! – e se tornou patrimônio imaterial do Rio. A disputa oficial agora tem regras e pontuações, mas nada a afasta de seu curso natural, que é a beleza da solidariedade, um jogando pelo outro, cada um tentando um toque mais bonito e a bola no ar, voando alta ou um pouco mais baixa, prendendo todos os olhares ao redor. Talvez a busca por outra beleza, a do futebol que um dia tivemos no Brasil e deixava todo mundo louco de paixão. Talvez seja jazz tocado com os pés na esfera. Se os campinhos foram sendo apagados no Rio, pelo menos ninguém mexe ainda na orla e, com isso, não há dia em que, num passeio pela calçada, não se possa ver um grupo de artistas fazendo arte da própria brincadeira antes do jogo.

Neste 2022 a altinha ganhou até uma bela trilha sonora. “Espelho Solar” traz a parceria entre Rodrigo Lima, Ithamara Koorax e João Cavalcanti, com produção de Arnaldo DeSouteiro. Na letra, há uma linda passagem que captou o espírito da altinha em cheio: “Nosso espelho solar/ Onde põe-se a voar/ Nossa infância outra vez”. Nada pode ser melhor do que a junção entre os tempos de criança e uma bola para, mesmo que por alguns instantes, deixar a opressão do mundo lá fora e reviver a infância. O mundo precisa disso.

Os veteranos dos anos 1950 e 1960 agradecem.

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PARA ESCUTAR “ESPELHO SOLAR” – CLIQUE AQUI.

A paixão do torcedor

Colaboração de CH Barros

Os tempos sombrios em que vivemos, repleto de dor e angústia, é suficiente para que fiquemos desanimados, seja no futebol, no cotidiano, nos estudos, enfim: em todas as esferas. No entanto, os times voltaram a campo apesar da pandemia ainda ser vigente e, junto, a nossa paixão.

Torcer é uma coisa muito engraçada. Certas horas, dá vontade de jogar tudo para o alto e deixar de acompanhar seu time do coração, mas, se ele vencer na próxima rodada, a ânsia pelo jogo posterior é gigantesca até ele chegar. O torcedor é atemporal e sonhador, é movido por paixão.

A paixão do torcedor revela-se a cada instante de um jogo. Ela está no roer de uma unha, no palavrão dito quando o jogador erra um passe, na tristeza ao não ver um lance, na risada ao sair o gol. Ela é tão grande que é capaz de se transportar do sofá até o estádio e dar ânimo aos jogadores.

A paixão nos faz simplesmente esquecer de nossos problemas quando estamos assistindo nossos times jogar. Esquecemos, idem, até dos desfalques, de tão interessados que estamos na vitória. Xingamos, gritamos e vibramos, independente de estarmos no estádio ou não. Torcer é isso.

E não pensem que para por aí. A paixão, bem como o amor, é que nos leva a sonhar com dias melhores para os nossos times; ela é que move a pensarmos que nosso time pode virar o jogo, ainda que a partida esteja aos quarenta minutos do segundo tempo com o adversário vencendo por 2 a 0.

Isso é maravilhoso. O fato de estarmos sonhando com algo, de certa forma, faz com que vivamos por um segundo àquela realidade. Quem nunca sonhou com seu time sendo campeão mundial? Ou vencendo a Libertadores? Quando você pensa nisso, acaba vivenciando o momento.

Nos dias atuais, não há nada mais importante do que a fuga da realidade, a qual só nos traz brigas, desavenças e tristeza. A paixão e o futebol, amantes inseparáveis, é que nos dão esta dádiva. Nos fazem sonhar com dias melhores – por mais difícil que seja – e com as glórias do passado.

Resta-nos torcer para que esses sonhados dias venham, e que o nosso futebol seja mais valorizado pelo o que ele representa. Somos um país que respira futebol. Somente ele pode nos fazer vibrar de alegria com um gol mesmo num momento tão difícil e nos trazer uma ansiedade positiva pelo próximo jogo.

Devemos conservá-lo e tratá-lo com carinho, observá-lo além das quatro linhas. Futebol e torcida têm essência. Logo, não podemos deixar que o tal “futebol moderno” tire isso. Vejamos o exemplo do VAR: é algo que tira totalmente a emoção de um gol. Querem tirar até a essência da comemoração!

Não podemos deixar isso acontecer.

Um viva e um brinde ao futebol, à sua essência e a paixão que ele emana a todxs nós.

Saudações.

Foto: Thomaz Farkas

Bloco das Piranhas: o Carnaval da Bola (da Redação)

Mais do que um zagueiro dos bons, Moisés Matias de Andrade era o típico carioca: zombeteiro, irreverente, bem humorado, amante das praias e das ruas.

Autor de pérolas como “Zagueiro que se preza não ganha o (prêmio) Belford Duarte” e “Da medalhinha pra baixo é tudo joelho”, ele fez época no futebol brasileiro dos anos 1970, jogando pelos grandes clubes cariocas e também pelo Corinthians (onde foi campeão em 1977).

Depois, foi um personagem muito ligado ao Bangu, como jogador e treinador, num tempo de grande destaque da equipe alvirrubra, sendo vice-campeão carioca e brasileiro em 1985.

O futebol carioca vivia uma de suas melhores épocas, entre os anos 1970 e 1980, recheado de craques, prestígio e com o Maracanã muitas vezes lotado. Os jogos eram empolgantes, as rivalidades eram saudáveis e o torcedor tinha prazer em acompanhar as partidas.

Moisés faleceu em 2008, e é um patrimônio esquecido da cidade do Rio de Janeiro que precisa ser resgatado. Uma de suas criações tem a ver com o Carnaval: o Bloco das Piranhas, que desfilava em Madureira, composto por jogadores de futebol e celebridades, todos vestidos de mulher. No Bloco das Piranhas, Dé O Aranha, Luisinho Lemos, Joel Santana, Alcir Portela e Brito eram nomes certos a cada folia.

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Uma das grandes celebrações de rua entre os anos 1970 e 1990, que infelizmente não teve sequência – dependia muito dele, Moisés, que era o líder e promotor do bloco. O retrato de um futebol mais simples, do povo, antes da era dos supersalários, seguranças e assessores de imprensa.

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A confusão às vésperas do Brasileiro de 1987 (da Redação)

A poucos dias do início da Copa União, guerra entre os clubes: o alijado Bangu, através de Castor de Andrade (ele mesmo!) entraria com uma ação na Justiça para embargar a competição.

SOBRE CASTOR DE ANDRADE

LIVRO SOBRE CASTOR DE ANDRADE

Melodia da bola (da Redação)

Falecido nesta manhã (04), Luiz Melodia foi um dos mais talentosos artistas da MPB nos últimos 50 anos. Surgido em meados da década de 1960, finalmente se firmou com seu antológico disco de 1973. Desde então, alternou uma carreira com grandes sucessos populares e alguns momentos de recolhimento, mas sempre mantendo um público fiel à sua obra.

Em entrevista ao site Gafieiras – CLIQUE AQUI, Melodia falou de sua paixão pelo futebol e de sua vontade de ter sido jogador profissional:

“Acho que o futebol era o que vencia a minha cabeça. Porra! Era o que mais eu estava a fim, até porque toda a garotada… Independentemente de música, também era louco para ser um profissional, velho! E tinha muitos que treinavam no São Cristóvão, que era pertinho lá do São Carlos, do morro. Lembro do Murilo, que era um craque, Tic-Tac, de toda rapaziada de lá. Jogavam bola mesmo! Ourinho, Cutelo…”

Era um torcedor fanático do Vasco da Gama.

Mais uma morte no futebol (por Paulo-Roberto Andel)

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Tiros à queima-roupa, gritos, dor, morte. Oito baleados na torcida do Botafogo, um morto, outro em estado gravíssimo até o fechamento desta edição.

Em condições normais de razoabilidade, o clássico entre Botafogo e Flamengo jamais teria sido realizado neste domingo no Engenhão. Mas, pensando bem, condições normais de razoabilidade são algo bastante raro no Brasil de hoje, em qualquer temática.

A banalização da violência acabou endurecendo os corações. As pessoas olham com indiferença, passam e a vida segue. Quarta-feira tem outro jogo, eu não tenho nada com isso, não fui eu quem inventou a violência. E assim, um clássico para colocar 40 mil pessoas põe a metade disso.

Uma parte dos torcedores simplesmente desistiu. O cardápio de sandices que cercam a ida a um jogo de futebol não é para qualquer estômago. Alguns ficam nos bares, outros vendo o jogo na TV em casa e outros passaram a ignorar o esporte – as pesquisas apontam a gravidade deste último fato, aumentando a cada nova medição.

Em dois finais de semana seguidos, o Rio testemunhou dois atos de selvageria contra pessoas que cometiam o crime de acompanhar seus times de futebol. Não é coisa propriamente de hoje: nos anos 1970, era comum alguém ser morto na geral do Maracanã por “assalto” (sempre repercutiu a desconfiança de que alguns mortos eram militantes de esquerda, acompanhando o jogo no setor mais popular do estádio). Tal como hoje, ninguém ligava. E aqui se fala do Rio, mas podia ser em São Paulo, Belo Horizonte, Goiânia ou outra cidade qualquer.

A TV foi a primeira a bancar a realização da partida. Seu compromisso é com os números da audiência e do caixa. Não vai ter ninguém na rua protestando contra a violência no futebol, nem com boneco gigante de presidiário, nem com camisa da CBF – e aqui, usar a palavra que designa um apenado pode parecer até deselegância.

A Federação? Depois ela publica uma nota de repúdio.

Morreu mais um.

E daí? O carnaval está chegando.

Uhu!

@pauloandel

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Madureira: o futebol suburbano para o mundo (da Redação)

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Sob direção e produção de Pedro von Krüger e Felipe Nepomuceno, o documentário “A Incrível Volta ao Mundo do Tricolor Suburbano”

A história da atração é contada no início da década de 1960, época onde os principais torneios de futebol disputados no Brasil eram os estaduais, já que o Campeonato Brasileiro nunca havia sido realizado. As equipes, após o término destas competições, ficavam um período grande sem jogar, que utilizavam com frequência para realizar excursões nacionais e internacionais. Essas viagens eram muito comuns entre os clubes de maior tradição.

Em 1961, o empresário José da Gama, conhecido como um dos primeiros negociadores de jogadores do país, resolveu levar o Madureira Atlético Clube para viajar pelo mundo. Ele planejava, desde o começo, não apenas fazer uma simples excursão, mas sim rodar o planeta inteiro com o Tricolor Suburbano.

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O documentário, feito em sua grande parte de imagens de arquivo, se relaciona intimamente com o tema “Memórias” por relembrar a grande viagem realizada pelo Madura. No momento em que era vivida guerra fria, o Madureira levou o futebol do Brasil até países como Cuba, Rússia e Japão. Todo o material foi buscado com os ex-jogadores e suas famílias.

O futebol acorrentado (por Paulo-Roberto Andel)

Numa das esquinas do centro nevrálgico do Rio, no encontro das ruas Carlos Carvalho e Carlos Sampaio, a cinco minutos da Central do Brasil, reside um par de traves.

Passam a semana acorrentadas, de segunda a sábado, até que finalmente são libertadas: nas imediações da Cruz Vermelha é liberada uma área de lazer aos domingos. Um bom e velho futebol de rua, de asfalto, come solto. Crianças, jovens e adultos praticam o esporte que apaixona a bilhões de pessoas mundo afora.

No domingo, o simpático e descascado par de traves é uma das nossas maiores expressões culturais populares.

Durante a semana, poética e involuntariamente ele exerce outro papel.

Percebam a sutileza das imagens num sentido figurado. O futebol aprisionado, acorrentado, dominado pelos interesses econômicos que se sobrepõem aos esportivos. O feudo que comanda e oprime a voz da massa.

Qualquer semelhança com um país da América do Sul é mera coincidência.

Bem perto das traves, dois outros itens completam a divagação: uma caçamba de lixo fétida, não fotografada, e a pichação do muro próximo ao poste carcereiro, que cerca as instalações da Cruz Vermelha Brasileira: “Muro das lamentações”.

Que o domingo ainda possa ser sempre o alívio de semanas de angústia e ilusão.

O futebol acorrentado quer ser livre para sempre.

Mas como?

@pauloandel

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O futebol de Chico Buarque (da Redação)

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A ligação de um dos maiores artistas brasileiros com o nosso esporte predileto vem de longe. Chico Buarque sempre enalteceu o futebol em diversas passagens de sua obra.

Torcedor do Fluminense e frequentador do Maracanã, fundou a torcida Jovem Flu ao lado de outros próceres das artes. Até hoje promove grandes campeonatos de pelada em sua casa.

Em 1989, compôs “O futebol”, delicioso resgate dos tempos em que éramos os reis dos gramados, com jogadores inesquecíveis e inigualáveis. Confira.

Para estufar esse filó
Como eu sonhei

Se eu fosse o Rei
Para tirar efeito igual
Ao jogador
Qual
Compositor
Para aplicar uma firula exata
Que pintor
Para emplacar em que pinacoteca, nega
Pintura mais fundamental
Que um chute a gol
Com precisão
De flecha e folha seca

Parafusar algum joão
Na lateral
Não
Quando é fatal
Para avisar a finta enfim
Quando não é
Sim
No contrapé
Para avançar na vaga geometria
O corredor
Na paralela do impossível, minha nega
No sentimento diagonal
Do homem-gol
Rasgando o chão
E costurando a linha

Parábola do homem comum
Roçando o céu
Um
Senhor chapéu
Para delírio das gerais
No coliseu
Mas
Que rei sou eu
Para anular a natural catimba
Do cantor
Paralisando esta canção capenga, nega
Para captar o visual
De um chute a gol
E a emoção
Da idéia quando ginga

(Para Mané para Didi para Mané / Mané para Didi/ para Mané para Didi para
Pagão/ para Pelé e Canhoteiro)

Chacrinha versus Renato Gaúcho (da Redação)

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Eleito como o jogador mais simpático do Brasil, o atacante Renato Gaúcho recebe o Troféu Velho Guerreiro das mãos do apresentador Abelardo Chacrinha Barbosa, além de uma coroa de rei do futebol daquele momento.

Na ocasião, o jogador atuava pelo Flamengo e havia sido campeão brasileiro em 1987.

Renato também respondeu às perguntas de um júri especialmente composto por estrelas da época, tais como Márcia Gabrielle (Miss Brasil), Simone Carvalho (atriz), Vanessa de Oliveira (modelo da Dijon), Terezinha Sodré (atriz), Monique Evans (modelo e atriz), Cláudia Raia (atriz), Alcione Mazzeo (atriz) e Elke Maravilha (mito).

Originalmente exibido no programa Cassino do Chacrinha em março de 1988. Chacrinha faleceria três meses depois, em junho do mesmo ano.

La mano de Dios? (por Thiago Constantino)

la mano de dios

Uma síntese do Brasil na Copa América Centenário.

 

Acabou o jogo. De vez!

Devolvemos o 7 a 1 e só.

E o Peru, que não tem nada com isso, aproveitou.

Esperamos que La mano possa ter sido realmente de Dios, porque ele e só ele pode iluminar a cabeça das pessoas que comandam o nosso futebol.

Continuamos a sonhar em voltar a ser Alemanha, mas enquanto nada muda no futebol, no país e na sociedade…o Haiti continua a ser aqui.

A canção pode ser retórica. Você já leu ou ouviu algo parecido, não?

Mas enquanto nada se muda, a retórica é modernidade.

Imagem: el60abelen.blogspot.com

Legenda: Artesanato peruano – A mão de Deus como suporte para o nascimento do menino Jesus.

O futebol derrotado (da Redação)

Neste domingo, o Palmeiras venceu o Flamengo por 2 a 1 no Estádio Nacional de Brasília, pelo Brasileirão 2016.

Mas a grande derrota aconteceu fora do gramado: por conta de uma confusão envolvendo torcedores do Palmeiras, a polícia local utilizou gás de pimenta e este se espalhou.

Numa das cenas mais lamentáveis, um pai teve que carregar rapidamente no colo seu filho cadeirante, também intoxicado.

A partida demorou mais de dez minutos além do intervalo normal entre os tempos, com muitas pessoas passando mal, inclusive jogadores.

Independentemente do que deveria ser feito ou não, o fato é que a cada dia que passa é mais dificil frequentar um estádio de futebol no Brasil, o que parece agradar quem vê na transmissão dos jogos um mero exercício de lucro.

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Sobre a cultura da desonestidade (por Mauro Jácome)

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No último dia 25 de maio, a televisão mostrou a artimanha do técnico do Palmeiras, Cuca, para se comunicar com seu irmão – e assistente – à beira do campo. Cuca estava suspenso e não podia ficar no banco de reservas. Então, foi criado um sistema de comunicação entre o técnico, que estava numa cabine, e Cuquinha que comandava o time. Óbvio, sabiam que isso não era permitido. Óbvio, imaginaram que ninguém perceberia. Óbvio, tentaram tirar partido da situação. Depois de ser denunciado pelo STJD, soltou: “vai ver a gente ganhou o jogo por causa dessa m… que nem funciona”.

É lamentável essa mentalidade. O problema não é o ponto eletrônico ser o responsável pela vitória do Palmeiras. O resultado não está no centro da questão. O que está é o fazer o errado. Tivesse ganhado de dez ou perdido de vinte, o erro seria o mesmo. Qual a necessidade de tentar ludibriar todos os envolvidos no espetáculo? Engraçado que esse mesmo Cuca, recentemente, negou-se a continuar negociando com o Fluminense porque o clube mantinha contatos também com Levir Culpi.

A cada partida de futebol, temos inúmeros exemplos dessa mentalidade, quando os jogadores tentam enganar o árbitro ao se jogar, ao tocar a bola para fora e sinalizar que não o fez, ao fazer caras, bocas e gestos em infrações que todo mundo viu, inclusive o autor. O “roubado é mais gostoso” do goleiro Felipe foi mais um dos milhares de capítulos do livro que narra o perfil do caráter de significativa parcela do mundo do futebol. Eurico Miranda, Rubens Lopes, Ricardo Teixeira, Marco Polo Del Nero, entre muitos outros, reforçam a ideia das atitudes tortas.

Recentemente, foi a vez de Dunga ter sua dignidade questionada por ninguém menos do que Zinedine Zidane. O técnico da Seleção justificou a não convocação do lateral esquerdo do Real Madrid, Marcelo, numa contusão. No entanto, de imediato, o francês rebateu a afirmação chamando Dunga de mentiroso. Aliás, birra é típico do ex-capitão do time campeão da Copa de 94. Movido por sentimentos revanchistas, afasta da amarelinha qualquer um que ouse comentar algo. Rever ações que prejudicam o futebol brasileiro não entra na pauta desse pessoal.

O interessante é que esses atores – jogadores, técnicos, dirigentes – quando se sentem prejudicados, reclamam por justiça, questionam o caráter alheio, alguns enchem os olhos de lágrimas. É a visão de que somente os outros têm que ser honestos. Os problemas estão sempre nos outros. Pior que tudo isso faz escola, basta ver jogos entre os “subs”.

Seguindo a louvável linha da campanha iniciada após o assustador caso de estupro contra a menina no Rio de Janeiro, devemos clamar também, e sem a hipocrisia reinante no futebol, “pelo fim da cultura da desonestidade!”.

@MauroJacome

Imagem: ecodebate

Uma foto perdida no tempo (por Flavio Jacobsen)

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Toda vez que penso no Brasil, o país que poderia ter sido, o país que foi e o que é, me vem à mente a imagem de Juscelino Kubitschek reunido no Brasília Palace Hotel em 1958. Animada comitiva, vinda de um DC3 do Rio, cercava o presidente e ouvia de um rádio transistorizado com antena esticada no último, a final da Copa do Mundo entre Suécia e Brasil.

O presidente bossa nova parece incomodado na foto, de braço em riste como pedisse para pararem a algazarra, enquanto todos de braços erguidos comemoravam um dos gols do timaço de Pelé, Garrincha e companhia. É provável que ruídos de ondas curtas atrapalhassem a transmissão e a atenção do atento e desconfiado – como sói ao bom mineiro – JK.

Há algo perdido naquela foto. A começar pelo autor, até hoje desconhecido. Pode ter sido o tio do cafezinho.

A partir daquele ano o Brasil seria vanguarda diferenciada em diversos campos. No cinema novo, na música bossanovista, na literatura dos concretos paulistas, na arquitetura de Niemeyer, nas artes, teatro de arena e a partir daquele jogo, também nos esportes. Seria campeão de basquete, tênis, boxe e atletismo anos seguidos. Nelson Rodrigues versou que finalmente perdemos naquela tarde em Estocolmo (manhã no Brasil) o malfadado “complexo de vira-latas”.

Aquele país, em que pese a infraestrutura ainda de dar pena, por incrível, era cortado por trens de norte a sul. Gigante exportador de café e predominantemente agrícola, havia ainda muito mais Jecas Tatus que Haroldos de Campos, por óbvio, ao longo do extenso território. No meu delírio, é possível dizer que o Brasil não era nenhum Pelé. Era, vá lá, um Zito. Segurava a bronca lá atrás, e dava conta do recado e suporte ao primeiro mundo, este na linha de frente. Tudo com muita elegância, a bem da verdade. Quem viu Zito jogar, ou como eu apenas ouviu falar, sabe a que me refiro.

Como anos depois viria a observar Tom Zé, de forma extremamente charmosa, em muito pouco tempo o país deixou a condição mais baixa do universo civilizado, o de fornecer matéria prima, para o mais elevado: provedor de cultura. Era o país do futuro. Que coisa.

Penso sempre naquela foto. E junto com a lembrança da imagem vem a pergunta inevitável: onde foi que erramos? Algumas respostas surgem de imediato. Sem a ingenuidade da juventude já sabemos todos que, por exemplo, foi no período JK que o desmonte dos trilhos começou. O transporte por trens talvez seja o elemento mais estratégico da
infraestrutura de um país. Isso pra citar um exemplo, bastante pertinente quando vemos a influência das grandes empreiteiras do cimento no universo político da nação. Perdemos o trem, fomos de busão. Daí o atraso, os senhores nos desculpem.

Depois de alguns anos de confusão generalizada, todos sabemos o que aconteceu. A festa acabou. Veio a ressaca pesada do grande carnaval, em que heróis e vilões se revezaram no meio de uma passarela imaginária, agora emitindo seus rancores via planalto central. Anos de chumbo e tudo o mais.

Há algo mais perdido naquela foto. Um país que é apaixonado pela ficção novelística, a que muitos creditam o advento da televisão, em ledo engano. O brasileiro consumia vorazmente folhetins impressos desde o século 19, e as novelas de rádio paravam o país. “O Direito de Nascer” deu briga de família. Vizinhos se reuniam para ouvir a radionovela, vovó me contava. Livros e enciclopédias eram grandes fontes de renda, vendidas de porta em porta a uma classe média que crescia a olhos vistos, junto com as cidades. O Brasil das ondas de rádio está perdido naquela foto. Depois entregue aos raios catódicos, a paixão folhetinesca apenas continuou.

No hedonismo que se seguiu em décadas seguintes, Pelé se tornou o homem mais conhecido do mundo. Em processo inverso e misterioso, o país a que ele pertence foi sendo esquecido. Isolado por ditadura, quem sabe. Por acabrunhamento ou interesse que não nos ocorre.

Mas malandro é malandro e mané é mané. Olha nós aqui outra vez!

Voltamos no final do século. E dá pra dizer que reentramos muito bem, armados de guitarras elétricas e tambores de maracatu, reforçados por Romário, Ronaldo, Bebeto, Ronaldinho e Rivaldo. Deu pro gasto e ainda sobrou um tanto pra cachaça. Adentramos os aguardados anos 2000 triunfantes. Estamos aí.

Meu delírio termina aqui. Há outro processo turbulento nos ameaçando para o limbo de um período importante da História novamente. É por isso que não consigo deixar de pensar que há algo mais perdido naquela foto. Pode ser no gesto do presidente pedindo calma… calma.

Flavio Jacobsen é escritor e compositor. Autor de Uns Contos no Bolso (Kottrer Editorial, 2015). Artista de rock, canta e toca guitarra na banda Gruvox.

Nacional do Uruguai: dançar esse tango nunca foi fácil (por Thiago Constantino)

Um pouco de história, música e muito futebol

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Hola, estoy aqui “de boa”, solamente mirando mi decano querido y esperando por Boca Juniors

Semana passada, o PANORAMA DO FUTEBOL estava passeando pela bela capital uruguaia, justamente no dia anterior ao jogo de ida de Nacional x Corinthians. E como não poderia ser diferente: passeio é trabalho também.

Fomos à busca do Gran Parque Central, estádio uruguaio, para fazer algumas fotos e conhecer mais de perto o Club Nacional de Football. Já que o GPS do “coche” não ajudou muito, quase desistimos pela segunda vez de visitar esse mito do futebol ao passarmos direto pela entrada do Clube, quase sem perceber. Mas, fizemos o possível e sem pestanejar, viramos a primeira a direita com o objetivo de retornar. Ahh GPS infernal! A tentativa de retorno se mostrou quase frustrada, não fôssemos parar em uma rua sem saída, onde havia pequenos cones nas cores do clube, símbolos do clube pintados nos muros junto aos grafites e uma pequena pista de skate onde moleques chutavam uma pelota, mostrando que ali, no subúrbio da capital, no bairro La Blanqueada, o futebol ainda respira. E nessa respiração, sentimos o cheiro do gol mais perto.

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Buscando estacionar para visitar o clube, vislumbramos o acanhado estádio que se situa na rua logo atrás. Pronto! Missão dada, missão cumprida! E todo bom viajante, tem que contar com a sorte. As equipes de TV brasileiras estavam no estádio fazendo a cobertura do Corinthians na Libertadores e, com isso, os seguranças permitiram que fizéssemos algumas fotos no interior.

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Logo na entrada, uma demonstração da responsabilidade que é defender um clube de massa. Os torcedores deixam suas mensagens de força, apoio e também cobrança, em um painel. E curiosamente o termo em espanhol para designar os torcedores se chama “hinchas”. Este termo tem origem em um torcedor do Nacional que inflava seus pulmões para encher balões de gás em todos os jogos.

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No hall dos elevadores, a imagem do General Artigas e o motivo das cores do clube.  Naquelas redondezas, em 1811, Artigas foi nomeado o chefe dos orientais que conduziriam a independência uruguaia. O local era o rancho de Juana de Suarez, conhecida como “La Paraguaya”, daí as cores do clube, que também guarda semelhança com as cores das bandeiras dos 33 orientais.

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A origem do nome “Quinta de la Paraguaya”

Hora de acessar as arquibancadas! Bom, para quem conhece La Bombonera, no Caminito, podemos dizer que a impressão é a mesma. Ao adentrar as arquibancadas, a sensação de caldeirão que temos pela TV nos foi confirmada. Um estádio marcado na história, que foi reconhecido pela FIFA como o local da primeira partida de Copas do Mundo, em 1930.

E para nossa grande surpresa, adivinhe quem permanece desde 2013, sentado, observando seu “clube de coração”, conforme reza a lenda? Carlos Gardel, o “Zorzal Criollo”, ele mesmo. Derivado da grande disputa por sua nacionalidade, Gardel também gera disputa pelo seu time de coração. E nessa disputa, a estátua-homenagem feita pelo Nacional, até o momento, mostrou-se mais ousada.

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Matéria do “Marca” sobre a inauguração da estátua de Gardel

Matéria da Agência EFE: Gardel torcia pelo Nacional ou pelo Peñarol?

Orgulhando-se de ser o primeiro clube criollo da América Latina, o grande Nacional, ostenta também o tri da Libertadores da América e inúmeros títulos uruguaios, que lhe dão a alcunha de Rey de Copas. Mas o maior “título” para eles vem de mais uma polêmica e conturbada controvérsia com seus adversários. Quem é o Decano do futebol uruguaio? Para La Banda del Parque, não há dúvidas. Club Nacional de Football, fundado em 14 de maio de 1899.

Dentre os jogadores de grande destaque por lá, lembramos Recoba, Dario Pereira, Hugo de Leon, Lugano, Loco Abreu, Ruben Sosa, Rodolfo Rodriguez, e o, super-reconhecido por lá, goleiro Manga.

Seu maior ídolo foi Atilio Garcia, com cerca de 460 gols. No entanto, Abdon Porte ficou marcado na história por dar literalmente sua vida pelo time.

Por fim, fizemos um interessante registro de como a vizinhança está colada com o muro do estádio. Nele mora a certeza de que ao nascer, o pequeno uruguaio, já nasce com a pelota nos pés.

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Essa coluna vai ao ar nesta sexta-feira (06/05), após o jogo de volta pelas oitavas de final da Libertadores, propositadamente para que possamos refletir que o amor pelo futebol está além das quatro linhas. E para que os clubes brasileiros aprendam que é impossível ganhar fácil de um time de expressão uruguaio, seja onde for o jogo. Não sabemos onde o Nacional poderá chegar nessa Libertadores. Mas na noite passada, a tradição e a mística da camisa foram muito bem contadas e o tango uruguaio foi dançado ao som de Gardel.

Wikipedia: Carlos Gardel

O futebol no mundo dos videoclipes (por Paulo-Roberto Andel)

Popularizado a partir de 1981 com a chegada da MTV (Music Television), o videoclipe foi a grande mola propulsora do mercado da música mundial durante décadas, ainda com muita força nos tempos atuais. E algumas bandas famosas do rock e do pop nacional e internacional não deixaram de homenagear o futebol em suas produções artísticas, seja em imagens, versos ou melodias. Confira alguns exemplos.

1) “(Keep feeling) Fascination”, The Human League, 1983:

2) “Perfect strangers”, Deep Purple, 1984:

3) “Tiruliruli”, Hermeto Pascoal, 1984

4) “O futebol”, Chico Buarque, 1989:

5) “Bahia x Grêmio”, Yamandu Costa, 2001:

6) “Futebol no inferno”, Caju e Castanha, 2009:

7) “Umbabarauma”, Jorge Benjor & Racionais MCs, 2010:

Imagens de Thomaz Farkas (da Redação)

Thomas Jorge Farkas, nascido Farkas Tamás György (Budapeste, 17 de outubro de 1924  — São Paulo, 25 de março de 2011), foi um dos pioneiros da moderna fotografia do Brasil.

Húngaro de nascimento, Farkas veio para o Brasil quando criança, em 1930. Seu pai, Desidério Farkas (Farkas Dezső), foi sócio-fundador da Fotoptica, empresa que também viria a dirigir. Iniciou sua carreira de fotógrafo na década de 1940 e foi um dos mais expressivos membros do Foto Cine Clube Bandeirante. Em sua obra destaca-se o registro da construção e inauguração de Brasília. Criou em 1979 a Galeria Fotoptica em São Paulo, destinada exclusivamente à exposição de fotografias.

Engenheiro de formação, foi professor de Fotografia, Fotojornalismo e Jornalismo Cinematográfico da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Foi também produtor de documentários, dentre os quais “Brasil Verdade”, “Jânio a 24 Quadros” e “Coronel Delmiro Gouveia”.

Morreu em São Paulo, aos 86 anos de idade.

Do lado de fora do Estádio do Pacaembu. São Paulo, SP. 1941. Foto: Thomaz Farkas/Acervo IMS Do lado de fora do Estádio do Pacaembu. São Paulo, SP. 1941. Foto: Thomaz Farkas/Acervo IMS[/caption]

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Cinema: “Os boias-frias do futebol” (da Redação)

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Atrasos de salários; jogadores que não recebem, outros que pagam para jogar; promessas não cumpridas; jornadas duplas ou triplas para complementar a renda familiar; falta de estrutura; contratos curtos de trabalho; ausência de calendário anual.

Essas são algumas das dificuldades e obstáculos da dura realidade do mercado de trabalho dos atletas da base da pirâmide do futebol brasileiro.

“Os boias-frias do futebol” revela os sonhos e as incertezas de dois jogadores da Série C do Campeonato estadual do Rio, a divisão mais operária do futebol fluminense.

Direção: Luciano Pérez Fernández

Produção: ArtLink Produções