O histórico Fluminense 1973 (por Paulo-Roberto Andel)

Parece outro dia, faz muito tempo e celebra uma data histórica: em 22 de agosto de 1973, há exatos 50 anos, Fluminense e Flamengo decidiam o Campeonato Carioca daquele ano.

Deu Fluminense com folga: debaixo de uma tempestade, mas jogando pelo empate, o Tricolor abriu 2 a 0, mas o Flamengo conseguiu empatar, para então o Flu liquidar a fatura com mais dois gols.

Há quem diga que boa parte da chuvarada que alagou o Maracanã se deveu a Manfrini, que literalmente fez chover: acabou com o jogo no talento e na raça. E como todo campeão começa com um grande goleiro, Félix defendeu tudo e mostrou mais uma vez porque foi campeão do mundo.

No primeiro tempo só deu Fluminense, mas a vantagem terminou em apenas dois gols. Num Fla x Flu, é pouco para garantir qualquer coisa. No segundo tempo, mexendo no time, o Fla conseguiu reagir e igualar o marcador, mas não havia a força para a virada e aí o Tricolor prevaleceu.

Alguns jogadores daquela noite acabaram vestindo a camisa adversária a seguir. No Flamengo, Renato, Rodrigues Neto e Paulo Cezar Lima viriam a integrar a Máquina Tricolor. No Fluminense, o lateral Toninho Baiano, autor do segundo gol tricolor, faria história na Gávea. E o artilheiro Dionísio, que fechou a goleada, tinha uma longa trajetória no time rubro-negro.

Fora do segundo turno e da decisão por contusão, Gerson finalmente conseguiu ser campeão pelo seu clube de coração. À beira do campo, pela primeira vez Zagallo perdia uma decisão.

Vindo de uma época espetacular no fim dos anos 1960, o Fluminense manteve a trajetória iniciada em 1969, também num título carioca sobre o grande rival da Gávea. Campeão brasileiro em 1970 e Carioca em 1971 – desta vez sobre o Botafogo -, o Flu 1973 é motivo de orgulho para todos os tricolores. Os garotos daquele tempo hoje são cinquentões e sessentões que carregam consigo as memórias de um Maracanã popular, divino e inesquecível. Não há entre eles quem deixe de falar “Naquela noite o Manfrini arrebentou, rapaz”. E para quem achava que a sequência tricolor esmoreceria, depois de um tímido 1974 viria simplesmente a equipe mais emblemática da história do clube, sob a batuta do Maestro Francisco Horta.

A chuva não importa: cinquenta anos depois, o Fla x Flu da final de 1973 ainda pega fogo. É uma brasa, mora?

Ainda sobre o Fla x Flu (por Paulo-Roberto Andel)

Racionalizando todo o processo, aí está uma parada bem difícil para o Tricolor. Em qualquer decisão, a diferença de dois gols é significativa. Contudo, só até a bola rolar; depois disso, o favoritismo precisa ser comprovado em campo. E se os fatos atuais comprometem a esperança, como a possível escalação do Flu, a história está recheada de superações tricolores que beiram o inacreditável – mesmo!

Por exemplo, fazer três gols no São Paulo tricampeão mundial em 2008 era uma tremenda façanha. Aconteceu. Muita gente não lembra que, para chegar às semifinais do Campeonato Brasileiro de 1991, o Fluminense precisava ganhar os último cinco jogos, perdendo zero pontos – e conseguiu. Nem tão longe assim, lembram do drama de 2010 no Brasileirão? Faturamos no último jogo, na luta. E lá longe, pra gente ganhar de 3 a 0 com o camisa 10 deles perdendo pênalti, em 1979, foi um suor que nunca mais esqueci. Quem se lembra do golaço do Cristóvão? E do Fla x Flu da Lagoa em 1941?

Do outro lado, está o grande rival, que tem vantagem considerável e que não perde um título por três gols de diferença há quase 60 anos.

É fácil? Claro que não. É difícil paca? Sim. É impossível? Não. Eles têm a vantagem que a gente tinha ano passado e confirmou.

Mesmo depois de ter visto a apoteose de Assis, sempre preferi o lado mais sóbrio da coisa, só que futebol vai além disso, muito além, felizmente. Tem magia, crença, passado. Todos os cadáveres vitoriosos querem entrar em campo para decidir. Todos os admiráveis mortos querem torcer feito nunca nas arquibancadas e na geral, também mortas, mas todo mundo vai lá. Um clássico decisivo nunca se resume à obviedade do momento, ainda que ela tenha naturalmente muito peso e não se possa desprezar a ciência.

Falando sobre sobriedade: eu tinha 26 anos, muitos títulos e uma seca monumental no colo quando veio a decisão de 1995. Lembro daquele dia com detalhes. O tempo, a chuva, meu ceticismo. Mas aí fizemos um primeiro tempo devastador e poderíamos ter feito 5 a 0, mas só fizemos dois gols. Na segunda etapa, o Maracanã viveu a tarde mais gloriosa de sua história e o rival, acuado o tempo inteiro, acertou uma bola no travessão, fez dois gols, incendiou sua torcida e tudo, absolutamente TUDO dizia que ia virar a partida, até porque tinha um homem a mais em campo.

Quando eles empataram, boa parte do Maracanã tricolor foi embora. Àquela altura, já era demais esperar pelo desfecho que acabaria acontecendo. Eu, anônimo, formiguinha na multidão, poderia ter ido embora também mas simplesmente não me movimentei. Não acreditava nem desacreditava; na verdade eu estava em choque pelo empate, porque havíamos jogado muito melhor e pusemos tudo a perder em cinco ou sete minutos. E lá fiquei, meio que por osmose.

Foi a decisão mais acertada de toda a minha vida. Aconteceu o apoteótico gol de barriga e, sinceramente, aquilo só se vive uma vez. Fui um dos poucos tricolores a ver tudo aquilo de perto – muitos outros que já tinham saído, voltaram a tempo e viveram experiências ímpares nas rampas do Maracanã. Eu vi gente chorando, vi um senhor de joelhos agradecendo a Deus, vi gente abraçada rolando pelas arquibancadas enlameadas. Anos mais tarde, escrevi três livros sobre aquele dia e aquele campeonato, mas considero que ainda falta alguma coisa.

Por isso tudo, perdi o direito de não acreditar. Mesmo quando tudo parece perdido – longe de ser o caso deste domingo -, eu desejo acreditar. Mesmo quando perebas inacreditáveis estão em campo, eu consigo acreditar. Mesmo quando o time é mais fraco – que também não é o caso de agora -, mesmo quando a política é uma farsa. Em mais de 120 anos, o Fluminense resistiu a um milhão de jogadores, treinadores, dirigentes e até torcedores ruins, feito esses que querem c@g@r regra sobre o que o outro deve sentir ou achar. A camisa já ganhou títulos que fizeram Deus coçar o queixo com as pontas dos dedos da mão.

Por favor, me entendam, não é fuga da realidade – nenhuma! – mas o breve sentimento de quem já viu muita coisa mesmo.

Já se passaram quase trinta anos daquele gol de barriga. O mundo mudou, o Maracanã também. Tudo mudou. Escalação é coisa muito séria para uma decisão e acho que Fernando Diniz deveria pensar nisso. Não se ganha um título só com as glórias e superações do passado, de jeito nenhum. Com o rival que temos, precisamos entrar com voo rasante em campo. Não há outra saída, mesmo com a possível escalação extraterrestre.

Agora, se abrir a cortina do passado é bom presságio, importante dizer: não são nem nove da manhã, está chovendo paca e o Fluminense não vive só de 1995. Tem 1973 também, debaixo de uma chuvarada, recentemente relembrada em livro.

Para muitos, agora é rezar. Eu vou com o patrono Chico Buarque: “minha cabeça rolando no Maracanã”.

Estão rolando os dados. Vamos ver no que dá. De toda forma, entendo que você não acredite por mais de uma razão. Entendo e respeito. Eu é que perdi o direito de não acreditar, compreende?

@pauloandel

Espanholização (por Robertinho Silva)

O futebol brasileiro respira por aparelhos. Perdemos em competitividade e abrangência. Seguimos cada vez mais escavando o abismo, tendo em vista o projeto de hierarquização artificial que está em curso desde 2011, após a quebra do Clube dos 13.

De 1987 até 2011, o C13 foi o responsável pela distribuição dos recursos entre os clubes que disputavam a principal divisão do futebol brasileiro. Não era a divisão ideal, mas pelo menos tínhamos um caminho.

Até que a Record e a Rede TV surgiram em 2011 como principais interessadas na compra dos direitos de Transmissão do Campeonato Brasileiro, justamente no momento em que o CADE resolve cassar a liminar de renovação automática da Globo. É aí que começa um verdadeiro racha nos bastidores.

No livro do jornalista Rodrigo Capelo (“O Futebol como ele é”) o próprio Andrés Sanchez explica como rachou o Clube dos 13: “O Ricardo Teixeira me chamou e falou ‘Andrés, o Kléber Leite [ex-presidente do Flamengo] quer ser candidato ao Clube dos 13. Se ele ganhar, eu passo o futebol todo para o Clube dos 13. Vocês fazem liga, o que quiserem. Eu não vou dar para aqueles loucos, mas para o Kléber eu passo o futebol todo’. Eu comprei a ideia”, revela Andrés no livro.

Os loucos a quem Andrés Sanchez se referia eram Fábio Koff, presidente do Clube dos 13 e ex-presidente do Grêmio, e Juvenal Juvêncio, falecido em 2018 e ex presidente do São Paulo. “O Ricardo continuou com o futebol na CBF, como está até hoje. Eu tinha a promessa dele de deixar a gente fazer uma liga, ter uma independência maior no futebol”, reforça Andrés, dizendo que tudo isso não foi possível “porque o Kléber não ganhou”. E completa: Teixeira não queria dar tal autonomia para Koff e cia. porque achava que eles “não fariam o que tem que ser feito”, finaliza Andrés.

Dali em diante, o Clube dos 13 ruiu. As negociações de direitos de transmissão passaram a ser de forma individual, e não mais coletivas como foram no passado. A partir dali, começou a surgir a “Espanholização” do futebol nacional, onde dois clubes passaram a ser privilegiados em tudo, como exposição maciça de marcas na mídia, acesso a financiamentos, patrocínios com dinheiro público, cotas de transmissão superfaturadas, entre outros benefícios. Os demais clubes seriam apenas coadjuvantes.

O Campeonato Brasileiro não ganhou um veículo de transmissão. É um veículo de transmissão que possui o produto campeonato brasileiro. Os interesses comerciais e a politicagem venceram os méritos esportivos. A concentração óbvia e absurda de recursos, o favorecimento explícito a esse ou aquele clube, é de enojar qualquer membro diretor do Cartel de Cali. A predisposição em socorrer somente aos que interessam é gritante por parte da detentora do campeonato. Um misto de assessoria de luxo e comitê de crise nas horas vagas.

Uma concessionária de serviço público passou a mandar e desmandar no futebol, impondo a hierarquia que lhe convém entre os clubes. Pagando mais pra um e menos pra outros, conforme conveniência sob a escusa mentirosa e falaciosa de MAIS AUDIÊNCIA. Passou a escalar jogos quinta às 19h, quarta às 21h30 ao bel prazer. E sempre com uma tabela mais interessante pra A, no início do campeonato, do que para os B, C, D e Es que fazem parte do mesmo campeonato.

O futebol que em outrora era fascinante e emocionante, se tornou um torneio de obviedades e cartas marcadas, onde todos já sabem o final. Pontos corridos no Brasil, é apenas a regularidade dos mais ricos, que enriquecem com cota superfaturada da própria emissora que transmite o campeonato.

A Espanholização do Futebol foi minuciosamente planejada. Hoje, estamos apenas presenciando o ápice. Não se iludam, pois, ninguém na Rede Globo contava que o Palmeiras fosse aprontar uma grande retomada com Paulo Nobre e Crefisa, deixando um dos clubes alvos da emissora a ver navios. Ninguém esperava que o Cruzeiro fosse se atolar em dívidas para montar um elenco fortíssimo e tirar dois títulos da Copa do Brasil dos “queridinhos”.

Ninguém esperava que os “4Rs” (Rubens e Rafael Menim, Ricardo Guimarães e Renato Salvador) fossem oxigenar o caixa do Atlético Mineiro trazendo grandes reforços, equacionando dívidas e ganhando a Tríplice Coroa em 2021.

A tendência é que Corinthians, Flamengo e Palmeiras continuem por longo tempo disputando todos os títulos, mais o Galo e o São Paulo correndo por fora beliscando uma coisa aqui e outra acolá, que é para a coisa não ficar tão sem graça. Quanto ao Corinthians, não se preocupem. Logo, logo aparece um rio de dinheiro por lá, semelhante ao que aconteceu na Praia do Pinto em meados de 2012.

Hoje estamos vivendo uma nova fase do Futebol Brasileiro. Visando driblar o Projeto de Hierarquização artificial e minorar suas dívidas, alguns clubes resolveram sair do modo associativo, e entrar para o modelo das SAFs (Sociedade Anônima do Futebol). Tivemos o Botafogo, que vendeu 90% das ações para o americano John Textor; o Vasco, que vendeu 70% das ações para Josh Wander, dono da 777 Partners, e o Cruzeiro,p que vendeu 90% das ações para o ex-jogador e empresário Ronaldo Fenômeno.

Logo após esses movimentos no mercado, vi a maior sessão gratuita de hipocrisia da história. Os mesmos que colaboraram tanto para a “Espanholização”, que apoiaram a destruição do Clube dos 13, agora falam em “União, Equilíbrio, Fair Play Financeiro e formação de Liga”. Novamente, os clubes se dividiram. De um lado temos o Grupo Libra, que defende a manutenção do status quo. Onde o preceito é “Uma vez favorecidos, sempre favorecidos”.

A cultura do futebol brasileiro é a formação de oligopólios, é concentrar riquezas. Nunca foi no sentido de distribuir, visando um equilíbrio. Na Europa, tivemos uma tentativa de Liga, que graças a Deus não foi adiante. Um detalhe que diz muito; no Brasil, a panela já foi formada por 13 clubes. Agora, apenas seis. É sempre o “melhor para o seu umbigo” camuflado de “bom pra todo mundo”.

Do outro lado, temos o grupo Forte Futebol que visa uma divisão mais justa e igualitária, visando retomar o equilíbrio perdido. São dois lados antagônicos, onde um lado busca socializar a miséria, enquanto o outro busca dividir riqueza.

Os mais favorecidos dizem que “tem que continuar isso aí”, agindo pesado contra qualquer mudança. O monopólio é assim, parte do princípio que não é aberta a outros a participação no grupo daqueles que controlam o sistema e determinam as regras que o operam. O teto de cada um é pré-estabelecido pelos próprios organizadores deste sistema, e este não tem interesse em desenvolver o futebol brasileiro, mas sim um ou dois clubes como se eles representassem o todo. Até hoje, nada foi constituído para que os melhores e mais organizados obtenham êxito, e sim, que os ‘‘escolhidos” sejam favorecidos de inúmeras formas até que confirmem sua “força”. Típica meritocracia à moda brasileira.

“Equilíbrio e Campeonato justo” no sistema brasileiro a moda espanhola seria assim;

Flamengo – Real Madrid

Corinthians – Barcelona

Palmeiras – Atlético de Madrid (aquele time que de vez em quando atrapalha a hegemonia da dupla “querida”.)

O restante dos clubes; Sevilla, Villareal, Málaga, Numancia, Cádiz, Valladollid, Huesca, Rayo Vallecano, Espanhol etc.

Segundo alguns “jornalistas” e blogueiros da Globo, o “Campeonato atende a um mix de equilíbrio técnico e audiência”. Eu vos pergunto: um clube receber infinitamente mais de cota melhora o campeonato em quê? Quanto maior for o nível técnico de todos os competidores, mais lucrativo o campeonato é. Isso é o óbvio, ora bolas.

Durante mais de uma década de desequilíbrio financeiro, era muito comum ver jornalistas escrevendo inúmeras matérias sobre “austeridade no passado” e “planejamento financeiro”. Segundo eles, cota de transmissão superfaturada, patrocínios estatais em troca de lobby político é “Gestão Transparente”. Em contrapartida, empréstimo a juros baixos e patrocínio privado, segundo eles é “mecenato”.

Curioso que o poderio econômico destes clubes só passou a existir depois da quebra do Clube dos 13, onde passaram a receber cotas de TV absurdas e ordinárias e patrocínios em bases muito favoráveis a estes clubes. Tudo de forma artificial e proposital para gerar desequilíbrio. Eu vos pergunto; porquê não criaram o desequilíbrio internamente com receitas de marketing, bilheteria, sócios, camisas vendidas e etc?

Criaram “poderio financeiro” com dinheiro superfaturado da mesma emissora que monopoliza as transmissões da competição. É como se tivesse uma corrida de 500 metros, e por escolha da TV, um dos competidores quando disparasse o tiro da largada, já largasse a 10 metros da linha de chegada. Tem dúvidas de quem vai vencer essa corrida?

Não há nenhum critério lógico, científico, técnico, matemático, físico ou algo que o valha para toda essa distorção. É tudo baseado em números que não correspondem a realidade.

Ou mudamos isso urgentemente, ou mudaremos a alcunha de “País do Futebol” para “País da Emissora de TV”.

Os golaços que não decidiram (por Paulo-Roberto Andel)

Cinco grandes gols de partidas decisivas, marcados pelos times que não foram campeões nas ocasiões, mas deixaram suas marcar eternas para o imaginário estético do futebol.

Ézio, em 1991, na final do Campeonato Carioca contra o Flamengo, que venceu por 4 a 2.

 

Pita, pelo Santos, na primeira partida da final do Campeonato Brasileiro de 1983, sendo 1 a 0 para o Santos na primeira parta e 3 a 0 Flamengo (campeão) na segunda

 

Henrique, pelo Figueirense, na primeira partida da final da Copa do Brasil de 2007, vencida pelo Fluminense depois de 1 a 1 no primeiro jogo e vitória tricolor por 1 a 0 no segundo

 

Mandzukic, pela Juventus, na final da Champions League de 2017, vencida pelo Real Madrid por 4 a 1

 

Neto, pelo Guarani, na primeira partida da final do Campeonato Paulista de 1988, vencido pelo Corinthians (1 a 1 no primeiro jogo e 1 a 0 Timão, na prorrogação da segunda partida)

Campo Grande, campeão da Taça de Prata de 1982 (da Redação)

Era tudo muito diferente há 35 anos atrás. As séries A e B do campeonato brasileiro eram interligadas, de modo que dois times tinham acesso direto no mesmo ano, através da disputa por fases. Quem não subia para a Taça de Ouro tinha a chance de vencer a Taça de Prata, e o Campo Grande a conquistou de forma gloriosa. Foi o último título do clube, que hoje luta pela sobrevivência.

Neste 13 de junho o Campo Grande completa exatos 77 anos. Que venham muitos outros pela frente,

Da página Memórias do Futebol Carioca, reproduzimos a publicação abaixo:

Títulos Inesquecíveis – Campo Grande, campeão da Taça de Prata de 1982. Pedido feito por: Igor Lima.

O Campo Grande, pequeno e tradicional clube do Rio de Janeiro, sagrou-se campeão da 3ª edição da Taça de Prata (a 5ª edição do Campeonato Brasileiro da 2ª Divisão) em 1982, o seu maior título conquistado até hoje.

Esta edição teve a participação de 48 equipes de todo o país, que totalizaram 362 gols em 133 jogos, com uma média de 2,72 gols por partida. O torneio concedia 4 vagas aos vencedores da 2ª fase para a série A do mesmo ano (a Taça de Ouro), onde subiram o América-RJ, o Atlético-PR, o Corinthians-SP, e o São Paulo-RS, que por isto mesmo não participaram das fases finais desta competição.

Os 4 cariocas que disputaram o torneio:

• América F.C.
• Volta Redonda F.C.
• Campo Grande A.C.
• Americano F.C. (Olaria A.C., que havia se classificado na Taça de Bronze de 1981, teve que ceder a sua vaga ao time de Campos por ter sido rebaixado no Campeonato Carioca de 1981)

Nesta época, o Campusca vivia uma de suas melhores fases, com os bailes e as piscinas sempre cheias, assim como a arquibancada do estádio Ítalo del Cima. Inaugurado em abril de 1960, o maior patrimônio do Galo da Zona Oeste, como também é chamado, foi construído em um terreno doado pela família Del Cima. A decisão da Taça de Prata, em abril de 1982, contra o CSA de Alagoas, marcou a história do estádio. O time havia perdido o primeiro jogo, em Maceió, por 4 a 3, e vencido o segundo, em casa, por 2 a 1. Assim, houve a necessidade de uma terceira partida, e, por ter a melhor campanha, o Alvinegro voltou a jogar em seus domínios. E desta vez, diante de 16.842 torcedores, não deixou dúvidas de que merecia a faixa de campeão ao golear o rival por 3 a 0 e encerrar a competição com 78% de aproveitamento, obtidos com 11 vitórias, três empates e apenas duas derrotas em 16 jogos. Décio Esteves comandou o time na conquista.

O time-base era formado pelos seguintes jogadores: Ronaldo, Marinho, Pirulito, Mauro e Ramírez; Serginho, Lulinha e Pingo; Tuchê, Luisinho das Arábias e Luís Paulo. O artilheiro da competição foi Luisinho das Arábias, do Campo Grande, com 10 gols. Além disso, vale frisar que o Campo Grande teve o melhor ataque da competição, com 39 gols.

Estatísticas do Campo Grande:

• 16 Jogos
• 11 Vitórias
• 3 Empates
• 2 Derrotas
• 39 Gols Pró
• 13 Gols Sofridos

Campanha:

1ª Fase
24/01, Campo Grande 2×0 Americano (Ítalo del Cima)
28/01, Campo Grande 3×0 Portuguesa (Ítalo del Cima)
31/01, Uberaba 1×1 Campo Grande (João Guido)
03/02, América-MG 0x2 Campo Grande (Independência)
07/02, Campo Grande 3×1 Comercial-MS (Ítalo del Cima)

2ª Fase
17/02, Campo Grande 2×2 Volta Redonda (Ítalo del Cima)
20/02, Atlético-PR 2×1 Campo Grande (Couto Pereira)

Oitavas-de-Final
27/02, Goiás 0x0 Campo Grande (Serra Dourada)
06/03, Campo Grande 4×0 Goiás (Ítalo del Cima)

Quartas-de-Final
14/03, River-PI 2×3 Campo Grande (Albertão)
20/03, Campo Grande 4×0 River-PI (Ítalo del Cima)

Semifinais
28/03, Campo Grande 4×0 Uberaba (Ítalo del Cima)
04/04, Uberaba 0x2 Campo Grande (João Guido)

Finais
11/04, CSA 4×3 Campo Grande (Rei Pelé)
18/04, Campo Grande 2×1 CSA (Ítalo del Cima)
20/04, Campo Grande 3×0 CSA (Ítalo del Cima)

Dados sobre o última partida:

Data: 25/04/1982
Local: Estádio Ítalo Del Cima (Campo Grande AC)
Ãrbitro: Airton Domingos Bernardoni (RS)
Auxiliares: Valdir Luís Louruz (RS) e Sílvio Luís de Oliveira (RS)
Cartões amarelos: Luisinho (CGAC), Américo e Jerônimo (CSA)
Renda: Cr$ 4.858.200,00
Público: 15.567 pagantes

Campo Grande: Ronaldo; Marinho, Pirulito, Mauro e Ramírez; Serginho, Lulinha, Pingo (Aílton); Tuchê, Luisinho e Luís Paulo; Técnico: Décio Esteves

CSA: Joseli; Flávio, Jerônimo, Fernando e Zezinho; Ademir, Zé Carlos (Josenílton), Veiga; Américo (Freitas), Dentinho e Mug; Técnico: Jorge Vasconcellos

Gols: Luisinho aos 30′ e 60′ e Lulinha aos 44′

Mais informações sobre a competição aqui:

http://www.rsssfbrasil.com/tablesae/br1982l2.htm (em inglês)

Foto: Equipe do Campo Grande, campeã da Taça de Prata de 1982.

Acervo: http://anotandofutbol.blogspot.com.br/. Fontes: Globoesporte.com, Wikipédia, http://colunasports.blogspot.com.br/, http://campograndeac.no.comunidades.net/ e http://www.bolanaarea.com/.

@campuscaoficial

Sarriá no JB, 35 anos depois (da Redação)

Daqui a menos de um mês, completam-se 35 anos da fatídica derrota da Seleção Brasileira para a Itália na Copa do Mundo da Espanha, que alijou um dos maiores times da nossa história de um título mundial.

O tempo deu o devido valor àquele time; no entanto, aqui trazemos o calor das análises e crônicas daquele momento, publicadas no maior jornal do País.

 

 

Mais bagunça das Copas União: 1987/1988

Campeão do campo, campeão do jogo, campeão sem cruzamento, campeão moral, briga na Justiça, decisão do STF… sobre a Copa União de 1987, muito já foi dito.

Quase 30 anos depois de seu conhecido imbroglio, há quem bata no peito e ateste a verdade.

O curioso é que, no dia da decisão do Módulo Verde entre Flamengo e Internacional, nem mesmo jornalistas do Rio de Janeiro, palco da batalha final, tinham absoluta certeza sobre o desfecho da competição.

De São Paulo, idem.

Jornal do Brasil, 13/12/1987 – capa

Jornal do Brasil – 13/12/1987 – Página 62


Folha de São Paulo, 14/12/1987 – capa

Folha de São Paulo, 14/12/1987 – Capa

Jornal do Brasil, 08/02/1988 – Caderno de Esportes

Então viria a segunda Copa União em setembro de 1988. E quem disse que haveria paz no futebol brasileiro?

Folha de São Paulo, 03/09/1988 – Caderno de Esportes

Folha de São Paulo, 03/09/1988 – Caderno de Esportes

Folha de São Paulo, 03/09/1988 – Capa

 

 

 

Carioca de 1971: a visão de Oldemário Touguinhó (da Redação)

Há 46 anos, uma discussão se mantém no ar: o gol da final do Campeonato Carioca de 1971, vencida pelo Fluminense por 1 a 0 com um gol do ponta-esquerda Lula.

À época, com enorme manchetes e a crônica firme de alguns dos melhores textos da imprensa brasileira, casos de Armando Nogueira e João Saldanha por exemplo, estampou-se a versão de falta do lateral Marco Antônio sobre o goleiro Ubirajara Mota, sendo o Tricolor beneficiado por um erro crasso de José Marçal Filho. No entanto, além da discussão sobre aquela mesma falta, no mesmo lance Lula finalizou caindo porque supostamente sofrera pênalti de Mura.

A decisão de 1971 já provocou debates acalorados, análises profundas, livros e matérias.

Um dos maiores jornalistas da história do futebol brasileiro – e botafoguense de corpo e alma -, Oldemário Touguinhó assim escreveu na capa do Caderno B do Jornal do Brasil em 29 de junho de 1971, dois dias após a decisão: