Único time do mundo a ter um uniforme exclusivamente branco, dono do primeiro estádio de futebol construído no Rio de Janeiro e berço do futebol de grandes jogadores que inclusive disputaram Copas do Mundo, o São Cristóvão completou 90 anos ontem da conquista do campeonato carioca de 1926. Nas últimas décadas, assim como tantas outras equipes tradicionais do Rio e do Brasil, sobrevive com imensas dificuldades e absolutamente desprezado pelos meios de comunicação.
O Club de Regatas São Cristóvão foi fundado em 12 de outubro de 1898, para depois se fundir com em 13 de outubro de 1943 com o clube de futebol, este fundado em 5 de julho de 1909.
Nos últimos 35 anos, o popular São Cri Cri teve brilhos efêmeros, como o da cooperativa de jogadores em 1983, contando com nomes como os do goleiro Nielsen, o lateral Orlando Lelé, o zagueiro Jaime, o lateral Rodrigues Neto, mais os atacantes Gil, Rui Rei, Nilson Dias e Edu – um time com muitos jogadores de categoria, mas veteranos. A revelação de Ronaldo Fenômeno, que viria a se tornar um dos grandes atacantes do futebol mundial. O surgimento de Valber, zagueiro que defendeu diversos clubes do Brasil e chegou à Seleção Brasileira.
Deu no Estadão, na seção de classificados: o emblemático estádio do Canindé, a casa da Portuguesa de Desportos.
O leilão será realizado no próximo dia 18, às 14h, através da empresa Fidalgo Leilões.
O valor inicial é de R$ 74 milhões, sendo 30% no ato da compra e o restante em até 30 parcelas.
Até o momento, não houve o registro de lances.
Parte do terreno ocupado pelo Canindé (45%) pertence à Prefeitura de São Paulo.
O leilão nasceu do rol de dívidas trabalhistas acumuladas pela Portuguesa ao longo dos anos, muitas delas com ex-jogadores hoje representados pela advogada Gislaine Nunes.
As partes chegaram a fazer um acordo, mas desde a entrada de Ilídio Lico na presidência, no início de 2014, o clube parou de pagar as parcelas da dívida. Assim sendo, a área do estádio foi oferecida como garantia.
A ação original, de 2002, é de autoria do ex-jogador Tiago de Moraes Barcellos.
HISTÓRIA
O Deutsch Sportive, clube da colônia alemã em São Paulo, possuía um imóvel no bairro do Canindé, onde praticava os mais variados esportes. Mas, com a declaração de guerra do governo brasileiro aos países do Eixo, durante a Segunda Guerra Mundial, começou uma perseguição a clubes das colônias desses países, inclusive a alemã. O Deutsch resolve vender seu imóvel temendo perdê-lo confiscado.
Por sua vez, o São Paulo Futebol Clube, que resolvera o seu problema com estádio para jogos, adotando ao Estádio do Pacaembu, ainda não tinha um local para treinamento. Comprou então o Canindé em 29 de janeiro de 1944, por 740 contos de Réis. Ainda, pelo acordo deveria permitir que os membros do clube vendedor continuassem usando as instalações. O Deutsch Sportive mudou de nome para Guarani, abrasileirando-se e fugindo de perseguições. Mais tarde, seus sócios aderiram ao São Paulo.
Em 1956, a Portuguesa adquiriu o imóvel no bairro do Canindé, do seu proprietário, Wadih Sadi. Este, um sócio do São Paulo Futebol Clube, que comprara o imóvel do próprio clube um ano antes. No local havia apenas uma pequena infra-estrutura, que incluía: um campo para treinos, um pequeno salão, vestiários e outras depeNdências de treinamento. Para que pudessem ser realizadas partidas oficiais no local e atender às exigências da Federação Paulista de Futebol, foram realizadas várias reformas, levantados alambrados e uma arquibancada provisória de madeira. Estas primeiras arquibancadas acabaram conferindo ao estádio o apelido carinhoso de “Ilha da Madeira” — título que, além de ser alusivo à condição da edificação, também se refere à ilha portuguesa.
Mergulhada num caos sem fim desde dezembro de 2013, no conturbadíssimo episódio conhecido como “Flamenguesa”, a querida Portuguesa de Desportos parece sem condições de reagir a uma sucessão de golpes endógenos e exógenos. Não se pode confundir os maus atos de alguns homens com a belíssima e longe história do veterano clube, recheados de nomes imortais do futebol brasileiro, tais como Félix, Djalma Santos, Denner; Julinho Botelho, Enéas de Camargo, o Príncipe Ivair, Basílio, Dicá e muitos outros.
Em 26 de março de 2013, o estádio do Engenhão foi interditado pelo suposto risco de morte que oferecia a seus frequentadores, com o possível risco de queda de sua cobertura. Desde então, sofreu uma reforma multimilionária de modo a receber os Jogos Olímpicos de 2016.
Pelo visto, trata-se de uma história com variáveis complexas e de causar desconfiança.
Matéria divulgada pela CBN neste 4 de outubro, assinada pelo jornalista André Coelho, revela que um laudo dá como desnecessária a dita reforma.
Um novo estudo afirma que a prefeitura do Rio não precisava ter interditado o Estádio Nilton Santos, o Engenhão, por quase dois anos e que a cobertura da arena não apresentava riscos. De acordo com a análise, foi desnecessária a obra de R$ 100 milhões para o reforço da cobertura.
O laudo concluiu que as falhas encontradas eram diferenças normais para construções de grande porte e que não havia sinal de desgaste. As ferrugens nos arcos de sustentação, que se tornaram símbolo do problema, eram, na verdade, falta de manutenção da pintura.
Veja os links abaixo, que ajudam a tentar entender essa verdadeira caleidoscópio da soma de forças.