Jabaculê contra a Lusa Carioca (por Wagner Victer)

TENTATIVA DE JABACULE CONTRA A PORTUGUESA NO JOGO DE VOLTA DAS QUARTAS DE FINAL DA SÉRIE D

Há no ar uma tentativa de JABACULÊ contra a Portuguesa no jogo das quartas de finais do Campeonato da Serie D, tentando retirar o jogo do Estádio da Portuguesa na Ilha e levando para Volta Redonda.

Primeiro, há de esclarecer que o estádio Luso-Brasileiro, palco alternativo importante do futebol carioca, que já recebeu jogos até de Sul-americana e dos clubes de maior investimento do Rio de Janeiro, como Flamengo e Botafogo, tem todos os laudos técnicos atualizados do estádio, o que permite que a partida de volta das quartas de final, diante do Caxias-RS, aconteça no local, assim como ocorreu nesta mesma fase em 2022, no confronto entre Portuguesa e Amazonas.

Levar o jogo para Volta Redonda, que fica a 200 quilômetros da Ilha do Governador é vergonhoso, cheira a jabaculê e a CBF está em um movimento estranhíssimo.

O Luso-Brasileiro tem capacidade liberada pelo Corpo de Bombeiros para 5.144 torcedores e pela Polícia Militar do Rio de Janeiro para 4.400 torcedores, o que atende perfeitamente o regulamento previsto pela competição, de capacidade mínima de 4.000.

Não à toa, em 2022, nesta mesma fase, diante do Amazonas FC, a Lusa quebrou um recorde dos últimos anos colocando um público de 4.300 torcedores em seu estádio.

A Portuguesa lutou bastante ao longo de todo o campeonato justamente para ter o direito de decidir todos os jogos em seu estádio. O clube investiu em segurança, conforto e comodidade para os torcedores que comparecem ao estádio. Entregamos hoje um campo com gramado que, sem dúvidas, está entre os melhores de todo o Brasileirão Série D. A iluminação está dentro dos padrões e, inclusive, foi aprovada para um jogo do Brasileirão Série A entre Vasco da Gama e Cuiabá.

É a hora de todos os cariocas, insulanos e torcedores da Lusa se indignarem contra essa manobra.

A agonia da Portuguesa de Desportos (da Redação)

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Deu no Estadão, na seção de classificados: o emblemático estádio do Canindé, a casa da Portuguesa de Desportos.

O leilão será realizado no próximo dia 18, às 14h, através da empresa Fidalgo Leilões.

O valor inicial é de R$ 74 milhões, sendo 30% no ato da compra e o restante em até 30 parcelas.

Até o momento, não houve o registro de lances.

Parte do terreno ocupado pelo Canindé (45%) pertence à Prefeitura de São Paulo.

O leilão nasceu do rol de dívidas trabalhistas acumuladas pela Portuguesa ao longo dos anos, muitas delas com ex-jogadores hoje representados pela advogada Gislaine Nunes.

As partes chegaram a fazer um acordo, mas desde a entrada de Ilídio Lico na presidência, no início de 2014, o clube parou de pagar as parcelas da dívida. Assim sendo, a área  do estádio foi oferecida como garantia.

A ação original, de 2002, é de autoria do ex-jogador Tiago de Moraes Barcellos.

HISTÓRIA

O Deutsch Sportive, clube da colônia alemã em São Paulo, possuía um imóvel no bairro do Canindé, onde praticava os mais variados esportes. Mas, com a declaração de guerra do governo brasileiro aos países do Eixo, durante a Segunda Guerra Mundial, começou uma perseguição a clubes das colônias desses países, inclusive a alemã. O Deutsch resolve vender seu imóvel temendo perdê-lo confiscado.

Por sua vez, o São Paulo Futebol Clube, que resolvera o seu problema com estádio para jogos, adotando ao Estádio do Pacaembu, ainda não tinha um local para treinamento. Comprou então o Canindé em 29 de janeiro de 1944, por 740 contos de Réis. Ainda, pelo acordo deveria permitir que os membros do clube vendedor continuassem usando as instalações. O Deutsch Sportive mudou de nome para Guarani, abrasileirando-se e fugindo de perseguições. Mais tarde, seus sócios aderiram ao São Paulo.

Em 1956, a Portuguesa adquiriu o imóvel no bairro do Canindé, do seu proprietário, Wadih Sadi. Este, um sócio do São Paulo Futebol Clube, que comprara o imóvel do próprio clube um ano antes. No local havia apenas uma pequena infra-estrutura, que incluía: um campo para treinos, um pequeno salão, vestiários e outras depeNdências de treinamento. Para que pudessem ser realizadas partidas oficiais no local e atender às exigências da Federação Paulista de Futebol, foram realizadas várias reformas, levantados alambrados e uma arquibancada provisória de madeira. Estas primeiras arquibancadas acabaram conferindo ao estádio o apelido carinhoso de “Ilha da Madeira” — título que, além de ser alusivo à condição da edificação, também se refere à ilha portuguesa.

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Mergulhada num caos sem fim desde dezembro de 2013, no conturbadíssimo episódio conhecido como “Flamenguesa”, a querida Portuguesa de Desportos parece sem condições de reagir a uma sucessão de golpes endógenos e exógenos. Não se pode confundir os maus atos de alguns homens com a belíssima e longe história do veterano clube, recheados de nomes imortais do futebol brasileiro, tais como Félix, Djalma Santos, Denner; Julinho Botelho, Enéas de Camargo, o Príncipe Ivair, Basílio, Dicá e muitos outros.